Evento: "O mal-estar na cidade: política e psicanálise" - Programação - Ficha de Inscrição A cidade atravessa um momento bastante complexo, por vezes convulsivo. As manifestações de junho de 2013 trouxeram à tona conflitos que já estavam latentes há muito tempo: as dificuldades de mobilidade, de moradia, a existência de fronteiras de circulação não-ditas, porém muito bem demarcadas, a constante valorização do espaço privado em detrimento do público, entre outros. E como em todo conflito há um jogo de forças, acompanhamos também a violência da resposta de certos setores resistentes às propostas de mudança. A partir deste contexto, lançamos a pergunta: o quê a Psicanálise tem a dizer sobre a cidade e o vínculo entre os que nela habitam?
Nosso convidado José-Miguel Marinas articula o pensamento de Walter Benjamin, em Trabalho das Passagens, com a psicanálise. Para ele, a cidade pode e pede para ser interpretada. Pensa que os conflitos entre sujeito e civilização propostos por Freud têm atualmente uma dimensão mais radical, dado que apontam para uma falta de legitimação da vida e para processos psicotizantes. A polis é o novo cenário a partir de onde nos questionamos sobre a viabilidade do vínculo político. É tarefa da Filosofia Política em seu diálogo direto com a Psicanálise trazer luz à compreensão desse vínculo.
José-Miguel Marinas é professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidad Complutense de Madrid, coordenador do mestrado Psicoanálisis y Teoría de la Cultura e membro de honra do Espace Analytique.
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