A equipe do Boletim Online tem o prazer de apresentar, nesta reportagem, o conjunto dos textos da mesa-redonda Herança e transmissão: trauma e narrativas nos espelhos da cultura. Esperamos que este registro possa evocar, nos leitores, a experiência daquele singular acontecimento.
A manhã do sábado, 29 de maio, foi iniciada com a introdução, feita por Roberta Kehdy, ao filme Sobreviventes, de Miriam Chnaiderman e Reinaldo Pinheiro, que foi apresentado no festival de curtas-metragem "É tudo verdade", de 2008. Leia a Apresentação do filme Sobreviventes.
Passamos então a assistir aos 52 minutos de histórias narradas, em primeira pessoa, por personagens de diferentes sexos, profissões e origens sociais que enfrentaram contundentes situações-limite. Depressão, tortura, doença, abandono, racismo, prisão, violência, tragédias distintas atravessaram o caminho dessas pessoas, que testemunharam como essas experiências viscerais as atingiram e as formas que encontraram para viver a partir delas.
Em seguida, Elcio Gonçalves apresentou a proposta de trabalho subseqüente. Leia a Abertura da mesa-redonda.
Mario Fuks desenvolveu o tema "Trauma e dessubjetivação", tomando como referências o trabalho do grupo Psicanálise e Contemporaneidade, o filme assistido e a produção teórico-clínica de Marcelo Viñar. Leia o artigo Trauma e dessubjetivação.
Marcelo Viñar, reconhecido no Brasil por todos aqueles que se preocupam com a relação entre psicanálise e contexto sócio-político, falou espontaneamente, sem texto prévio escrito, mas o leitor terá acesso às suas palavras devido à co-laboração entre a Comissão Organizadora do evento, a equipe do Boletim Online e a Área de Administração e Tesouraria do Conselho de Direção do Departamento de Psicanálise. Leia a transcrição da intervenção de Viñar na mesa-redonda.
Seguiram-se os comentários realizados pela psicanalista Miriam Chnaiderman que, desde 1992, tem se dedicado ao trabalho com a expressão de modos de vida que não são legitimados pelo mundo contemporâneo. Leia o artigo de Miriam Chnaiderman, especial para o Boletim Online.
Por fim, Eliane Brum que, como jornalista, narra o trauma de pessoas comuns em seus cotidianos, falou sobre o efeito do documentário sobre ela: dar-se conta de que a vida vai se fazendo na trama de suas marcas. Sua participação correspondeu à reelaboração do artigo que o leitor encontra a seguir, conforme publicado na Revista Época de 27 de abril de 2009. A versão do texto lido pela jornalista no evento será publicada numa das próximas edições da revista Percurso. Leia o artigo Sobreviventes, de Eliane Brum.
No dizer de Neide Barreira Alonso, integrante do Grupo Psicanálise e Contemporaneidade que colaborou com esta reportagem, "os reflexos deste evento sobre nosso pensar e fazer em psicanálise continuam vivos, traduzidos por questionamentos que tecem o fio de uma narrativa grupal".
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(1) Com a colaboração de Neide Barreira Alonso.