GRUPOS DE TRABALHO

A COR DO MAL ESTAR: PSICANÁLISE E RACISMO


Grupo de Trabalho (estudo, pesquisa e intervenção): A COR DO MAL ESTAR: PSICANÁLISE E RACISMO - DA INVISIBILIDADE DO TRAUMA AO LETRAMENTO

 

O grupo de trabalho (estudo, pesquisa e intervenção) A cor do mal-estar: psicanálise e racismo -da invisibilidade do trauma ao letramento iniciou suas atividades em 2018, fruto de conversas e reflexões nos encontros da Incubadora de ideias. Tem como proposta estudar, pesquisar e elaborar os efeitos do trauma gerado pela escravização da população africana em território brasileiro -crime racial praticado pelo Estado que nos legou um complexo discurso racista, introjetado em forma de representações subjetivas. Entendemos que essas representações introjetadas têm grande participação nos mecanismos de funcionamento psíquico da população afrodescendente, contribuindo para a perpetuação de seu status de invisibilidade e marginalidade. A população branca também é afetada por esse discurso, que conduz à naturalização de uma posição de privilégio -o pacto narcísico da branquitude, como propõe Cida Bento.

 

Com o objetivo de identificar a existência, as dimensões e as consequências do racismo, visa estabelecer o reconhecimento das sequelas da escravização como um trauma gravíssimo a ser considerado na abordagem e intervenção psicanalítica, assim como instaurar um trabalho político de reparação institucional aos crimes oriundos de um Estado escravagista e colonial, perpetrados por uma sociedade racista. Pretende ainda desenvolver intervenções psicanalíticas, objetivando a escuta, a atenção e o acolhimento do sofrimento consequente desse trauma e de sua transmissão geracional.

 

O grupo formulou uma proposta de Letramento, através de oficinas de Aquilombamento afetivo que visam subsidiar analistas, independentemente da etnia, com apresentações e discussões de temas que proporcionem uma compreensão e um acolhimento desse silêncio, desse vazio e das interrogações que esse recusado e recalcado trauma provocam, incorporando também a dimensão da escuta de um sintoma social negado até mesmo em instituições de psicanálise.

 

No contexto do grupo, experimentam-se as tensões na convivência interracial, mobilizadas na constatação das "máscaras brancas" (Fanon) usadas para negar e excluir os corpos pretos, confirmando o racismo na construção da sociedade brasileira, fruto da ideologia do embranquecimento.

 

Metodologia

Para a construção de um programa continuado, visando ao letramento dos psicanalistas do Instituto Sedes Sapientiae e à construção de possíveis intervenções psicanalíticas no traumático do racismo, propôs:

1. Uma atividade inaugural com o coletivo de psicanalistas para apresentar o projeto e discutir as possibilidades de inserção da temática na formação e atualização continuada profissional;

2. Blocos de seminários teóricos;

3. Oficinas vivenciais;

4. Discussões clínicas;

5. Apresentações literárias, cinematográficas, teatrais, musicais e de artes plásticas;

6. Cooperação com comunidades, através de um letramento também de diversas populações acometidas;

7. Cooperação com outras áreas profissionais.

 

O grupo realizou três eventos no âmbito do Departamento de Psicanálise, em 2018, 2021 e 2022, cujo registro está disponível na eventoteca do site do Departamento: "A cor do mal-estar: psicanálise e racismo - da invisibilidade do trauma ao letramento" (novembro de 2018); "Política de cotas: uma questão urgente para as instituições de formação psicanalítica, 1a etapa" (maio de 2021) e "Política de cotas: uma questão urgente para as instituições de formação psicanalítica, 2a etapa" (março de 2022). Representou ainda o Departamento de Psicanálise no evento online interdepartamental do Instituto Sedes Sapientiae "Em tempos de pandemia: insistir, resistir e existir" (setembro de 2020). Colaborou com a Comissão de Reparação e ações afirmativas na elaboração e no desenvolvimento do I Ciclo de oficinas de Aquilombamento do Departamento de Psicanálise (2022-2023). Realizou parceria com o coletivo "Psicanálise na encruzilhada" na sustentação do "Fórum permanente de discussões das relações étnico-raciais" do Instituto Sedes Sapientiae. Alguns de seus integrantes representaram o Departamento de Psicanálise em mesa FLAPPSIP (XIX Congresso Internacional do Centro de Psicoterapia Psicanalítica de Lima), apresentaram material clínico em atividades das Inquietações da clínica cotidiana, assim como publicaram artigos na revista Percurso e no Boletim online.

 

Proponente

Anne Egídio

 

Encontros

mensais presenciais, às terceiras quintas-feiras de cada mês, às 20h30.

 

Integrantes

Ana Carolina Vasarhelyi, Anne Egídio, Camila Munhoz, Christiana Freire, Claudia Ribeiro Martins, Cristina Ribeiro Barczinski, Cristina Herrera, Erica Yamaguchi Otsubo, Erivelton Amaro Teixeira, Gabriela Naigeborin, Glicéria Correia Laranjeira Netto, Heidi Tabacof, Juliana Dantas, Laura Miranda Canhada, Lia Novaes Serra, Maria Aparecida Miranda, Maria Leticia Puglisi Munhoz, Maria Odete de Oliveira Ribeiro (Dedé), Marisa Correa da Silva, Marta Azzolini, Noemi Moritz Kon, Paula Francisquetti, Raphael Rodrigues Martins, Selma Tavares, Solange Maria Santos Oliveira e Tania Corghi Verissimo.

 

Interlocutora

Marisa Correa da Silva (cariocasilva@hotmail.com)

 

Articuladora da Área de Formação Contínua: Cristina Ribeiro Barczinski

Atividades Internas (Sala e datas das reuniões). 


 


 

   
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