O grupo das Inquietações da clínica cotidiana é um grupo em funcionamento desde 1995, que tem como objetivo principal colocar em cena a clínica dos membros, a partir da discussão sobre qual psicanálise praticamos nos consultórios, instituições e outros trabalhos. Em função desta diretriz, em 2007 vinculou-se à área de Clínica e Instituições.
Na perspectiva de promover o diálogo regular entre pares e reafirmando o sentido da reunião de psicanalistas numa instituição, o dispositivo proposto para os encontros foi transformado ao longo do tempo. No entanto, manteve o intuito de expressar a posição que o grupo procura imprimir em relação ao Departamento, posição esta pautada pela circulação da palavra e pela sustentação da pluralidade de expressões.
Tais encontros, intitulados Inquietações da clínica cotidiana, ocorrem nas terceiras quintas-feiras de cada mês e se constituem em espaço de reflexão sobre aspectos da clínica psicanalítica. Nos últimos anos, o grupo das Inquietações, como tem sido chamado, tem proposto discussões a partir da apresentação direta de material clínico, assumindo como eixo de discussão a questão: o que temos feito em nossa clínica cotidiana?
Ao diferenciar sua proposta de uma série de eventos destinada a promover a divulgação de determinadas ideias, assim como de um dispositivo para a formação continuada do analista, o grupo pretende dar vivacidade àquilo que fundamenta o lugar do analista, ao sustentar o exercício constante do questionamento da posição que cada um ocupa, bem como do saber que é capaz de produzir a partir dali. Durante alguns anos, o grupo convidava ou recebia o pedido de apresentação de membros do Departamento de Psicanálise para a exposição de fragmentos clínicos que os inquietavam, para então serem comentados ou problematizados por outro colega -escolhido pelo próprio apresentador- e, em seguida, pelos participantes de cada encontro, aberto a membros e alunos do Departamento. Em 2011, o dispositivo praticado mudou, de modo que os membros do Departamento que se apresentam se dispõem a trazer o relato de uma sessão sem uma exposição preliminar do caso. A partir daí a palavra é ofertada aos demais participantes, no intuito de explorarem as inquietações provocadas em cada um sobre o manejo clínico, em exercício coletivo. Somente em um terceiro tempo é que ela retorna ao apresentador, para que ele possa se posicionar, ou não, sobre as contribuições na relação com o caso e, eventualmente, acrescentar novos dados a respeito.
O grupo apresentou o trabalho "O desafio do sujeito coletivo e a política da inquietação" no evento Entretantos, de 2014, que se encontra publicado no site do Departamento.
A condução das Inquietações da clínica cotidiana se pauta pelo compromisso com o sigilo e com a horizontalidade da discussão, na qual todos se encontram em posição de interlocução sobre o exercício clínico.
Os membros interessados em apresentar suas inquietações podem entrar em contato direto com o grupo, que considera todos os pedidos encaminhados, levando em conta a programação das atividades previstas pela organização.
Encontros
internos para organização: mensais, em dia a ser combinado
Inquietações: mensais presenciais, 8 meses por ano, às terceiras quintas-feiras de cada mês, das 20h45 às 22h30.
Atuais integrantes Juliana Bei, Natalia Gola, Paulo Certain, Roberta Kehdy, Roberto Villaboim, Tiago Corbisier Matheus.