ACOMPANHAMENTO INDIVIDUAL NA ESCOLA: QUAIS OS EFEITOS DA LÓGICA UM PARA UM NO ESPAÇO DO COLETIVO?

 

Bruna Amoroso Pastore
Emanuelle de Sousa Barbosa dos Santos
Fernanda Arantes
Departamento Psicanálise com Crianças- SEDES
Gabriela Castello
Colégio Oswald de Andrade

 

 

Eixo temático – A ESCUTA PSICANALÍTICA NA CLÍNICA AMPLIADA – O SOFRIMENTO DA CRIANÇA E O TRABALHO EM INSTITUIÇÕES

 

 

RESUMO

 

No atual contexto da Educação para todos pautada na Educação Inclusiva (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994), dos direitos da pessoa com deficiência assegurados pela Lei Brasileira da Inclusão (13.146/2015) e a partir de experiências em escolas privadas que tiveram - e continuam tendo - que rever seu projeto e suas ações, pretendemos propor uma discussão sobre o papel do acompanhamento individual de crianças no espaço escolar, que vem sendo uma das demandas institucionais necessárias para o exercício da prática inclusiva.

 

Atualmente, encontramos diferentes denominações, como: acompanhante terapêutico, escolar, pedagógico; tutor, mediador entre outras, cuja as principais funções são garantir a permanência e a escolarização de uma criança que experiência uma situação de inclusão na escola regular. Guarido (2016) aponta para essa crescente demanda ao passo que as escolas se vem despreparadas para atuar no contexto da diversidade: “Sem saber como empreender a famigerada inclusão, a escola [...], busca contratar ou indicar à família da criança que contrate um profissional que supostamente saberia como incluir [...]” (p. 160). Nesse contexto, também nos deparamos com distintas possibilidades de atuação, que variam em suas abordagens teóricas, formas de contrato e a necessidade da instituição.

 

Diante desse cenário, temos como objetivo problematizar os efeitos que esse dispositivo, que se tornou quase indispensável para os processos inclusivos, geram - em suas diversas formas de representação - nas crianças.

 

Se para a criança a escola é o primeiro lugar de engajamento no discurso social para além da família nuclear, propomos algumas interrogações que nortearão nosso debate; entre elas: Como operar na lógica de um adulto para uma criança, se a escola é o lugar primordial do coletivo? Sendo esse dispositivo de trabalho oferecido pela própria escola ou através de um profissional que não pertence à instituição, que efeitos promove na criança e, portanto, em seu processo de inclusão? Se a criança possui um acompanhamento específico, como a escola pode implicar os professores e consequentemente a comunidade escolar, sem desobrigá-los aos desafios do processo?

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Educação inclusiva, psicanálise, criança, acompanhamento terapêutico.

 

 

 

Bruna Amoroso Pastore, Psicóloga, psicanalista, educadora e assistente de práticas inclusivas do Colégio Santa Cruz. Ex-membro da equipe do Lugar de Vida - Centro de Educação Terapêutica. Atualmente é aluna da especialização Psicanálise, no Departamento de Psicanálise do Sedes.

 

Emanuelle de Sousa Barbosa dos Santos, Psicóloga, acompanhante terapêutica e educadora na Escola Viva. Ex- membro do Núcleo de Educação na Diferença da Escola Viva. Atualmente é aluna do curso de graduação de Pedagogia do Instituto Singularidades.

 

Fernanda Arantes, Psicóloga, psicanalista, educadora, Mestre em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pelo IPUSP e membro do Departamento Psicanálise com Crianças do Sedes, coordenou o Núcleo de Educação na Diferença com o foco nas práticas inclusivas de educação infantil à ensino médio por 10 anos. Atualmente é assessora em educação inclusiva.

 

Gabriela Castello, Jornalista e Pedagoga, por 5 anos atuou como educadora de Jovens e Adultos e há 8 anos trabalha como professora de Educação Infantil. Ao longo de sua trajetória também exerceu a função de Acompanhante Pedagógica de crianças em situação de inclusão escolar.