A POTÊNCIA DO GRUPO PSICANALÍTICO COM CRIANÇAS

 

Alessandra Cassia Leite Barbieri

Sedes Sapientiae

 

Ricardo Portolano

Sedes Sapientiae

Autor responsável pela apresentação do trabalho

 

 

Eixo temático – A ESCUTA PSICANALÍTICA NA CLÍNICA AMPLIADA

 

 

RESUMO

 

“O que uma criança pode fazer por outra? – essa é a pergunta que deve ser respondida por todos os terapeutas que trabalham com crianças em grupo”, afirmam Kupfer e Voltolini1, ao explorar questões em torno do atendimento grupal de crianças.

 

Com essa indagação em mente, gostaríamos de discutir nosso trabalho com grupos psicoterapêuticos psicanalíticos de crianças de 7 a 10 anos, realizado na Clínica Psicológica do Instituto Sedes Sapientiae, no Projeto de Atenção à Infância.

 

As possibilidades que se abrem a partir desse tipo de atendimento têm feito com que o grupo, na clínica institucional, seja indicação certeira para algumas crianças em detrimento do atendimento individual. As relações entre semelhantes que as crianças estabelecem umas com as outras na situação grupal, promovem movimentos psíquicos singulares e importantes que acarretam diminuições significativas nos sofrimentos psíquicos desses sujeitos.

 

Pretendemos discutir a importância que as transferências horizontais estabelecidas entre os pequenos, ou ainda, o ser interpelado a ocupar posições discursivas por outra criança, e demais formas de relação que possamos aqui enumerar como parte do cotidiano grupal, podem ter no desarranjo, ou mesmo no abandono, por parte das crianças, das formações sintomáticas com que chegam até nós.

 

Em tempos em que se discute se há, de fato, um declínio da função paterna2, propomos pensar se podemos nos valer da noção de função fraterna3 como um operador para fazer avançar a construção e a reflexão sobre esse potente dispositivo.

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1 Kupfer, Voltolini, Pinto, “O que uma criança pode fazer por outra? Sobre grupos terapêuticos de crianças”, in Lugar de Vida, Vinte Anos Depois, Kupfer e Pinto (Orgs.) São Paulo: Escuta/Fapesp, 2010.

 

2 Costa, J. F. “Playdoier pelos irmãos”, in Função Fraterna, Kehl, M. R. (Org.) Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.

 

3 Kehl, M. R. “Existe a Função Fraterna?”, in Função Fraterna, Kehl, M. R. (Org.) Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000.

 

 

PALAVRAS-CHAVE: grupo, criança, psicanálise, instituição

 

 

Alessandra Cassia Leite Barbieri, psicóloga (PUC-SP), psicanalista, membro do Departamento Psicanálise com Crianças do ISS, psicoterapeuta do Projeto de Atenção à Infância da Clínica Psicológica do ISS

 

Ricardo Portolano, psicólogo (PUC-SP), psicanalista, mestre em Psicologia Social (PUC-SP), aspirante a membro do Departamento de Psicanálise do ISS, psicoterapeuta do Projeto de Atenção à Infância da Clínica Psicológica do ISS