Trabalhos
 

 

Resumo

OS HERÓIS, AS PRINCESAS E O IMAGINÁRIO INFANTIL

Autoras:
Fernanda M. Colucci Fonoff
Mestre em Teoria Literária, Membro do Departamento de Psicanálise da Criança, Integrante do Corpo Editorial do Boletim- Sedes, Membro em formação no Instituto de Psicanálise da SBPSP.

Regina de Baptista Colucci
Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Analista de Criança e Adolescente da SBPSP

As autoras se propõem a explorar as vicissitudes do complexo edípico nos meninos e nas meninas, a partir da análise das diferenças estruturais nas estórias infantis. Partindo da percepção de que as princesas, nos contos de fada, são órfãs de mãe e que os super-heróis são órfãos do casal parental, este artigo pretende explorar como a presença dos mitos compartilhados ajuda a formar os mitos pessoais de cada criança dentro do universo das relações objetais pré-genitais e conflitos edípicos. É certo que embora as personagens sejam super-heróis ou garotas adolescentes, as estórias se dirigem a um público infantil, ou seja, muito antes da entrada na exuberância dos conflitos mostrados pelos contos. As crianças pequenas sofrem os conflitos de forma inconsciente, enquanto as maiores ou pré-adolescentes, como os retratados nos contos e estórias, já possuem alguma uma linguagem próxima à poética. Assim, o contato das crianças com a narrativa das estórias (tanto contos de fada quanto estórias em quadrinho) desperta o incremento da vida imaginativa que vai se ligar por identificação às vivências próprias.

Esta análise se fará em 4 tempos: o primeiro será o de Édipo-herói; o segundo o dos Super-heróis, o terceiro o das Princesas e o quarto será a análise de uma estória atual que se diferencia por apresentar a trama edípica sendo vivida por toda família, e concluímos com o desenvolvimento de considerações teóricas.