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Trabalhos

Sujeitos em trânsito.

Daniela Danesi
Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, professora do curso Clínica Psicanalítica: Conflito e Sintoma. Integra o grupo de estudos e pesquisa Ciranda – Perspectivas teórico-clínicas na psicanálise com crianças do Depto Psicanálise com Crianças.

Maria do Carmo Vidigal Meyer Dittmar (Lila)
Psicanalista, membro dos Departamentos de Psicanálise e Psicanálise com Crianças, ambos do Instituto Sedes Sapientiae. Professora e supervisora do curso de formação Psicanálise com Crianças do Instituto Sedes Sapientiae, do qual é a atual coordenadora. Integra o grupo de estudos e pesquisa Ciranda – Perspectivas teórico-clínicas na psicanálise com crianças do Depto Psicanálise com Crianças.

Resumo

Parafraseando o título de um artigo da revista Piauí (nº 79, abril de 2013) sobre o cartunista Laerte, “Laerte em trânsito”, podemos pensar que a sociedade Ocidental tal qual se apresentava até a Modernidade também está em trânsito. As marcas da ordem patriarcal ainda estão bastante presentes em muitas configurações sociais, lado a lado com transformações dessa mesma ordem que abrem espaço a novas configurações a partir dos questionamentos da heterossexualidade compulsória, das representações de gênero que escapam à binaridade masculino/feminino; às novas formas de engendramento, etc.
Este trabalho parte de alguns interrogantes que nos parecem importantes de serem dirigidos ao corpo teórico da psicanálise no sentido, tal qual propõe Silvia Bleichmar, de buscar uma definição dos aspectos universais da constituição do psiquismo para poder discriminá-los das formações histórico-culturais de instauração da subjetividade.
Como pensar as condições que permitem ao animalzinho-bebê se humanizar e aceder a uma ordem simbólica que o sustente na construção da existência de um corpo próprio e na possibilidade de habitar seus pensamentos?
Esta dimensão potencial do ser humano, que lhe permite buscar sentidos possíveis para sua existência, necessita, para se realizar e sustentar, da intervenção do que costumamos chamar de função paterna?
É este o melhor nome para designar esta função, ou seria melhor denominá-la função terceira, simbólica ou ainda simbologênica (na gênese dos processos de simbolização que permitem renúncias, adiamento e substituições)?
O que é necessário para que ela opere?
Pretendemos com este trabalho alinhavar algumas idéias, a partir de alguns autores dentre os quais Laplanche, Silvia Bleichmar e Piera Aulagnier, que nos permitam caminhar com estas questões, levando em conta as mudanças na organização familiar e aquilo a que hoje se aponta como ideal de realização para os seres humanos.
Algumas ficções clínicas, extraídas da realidade da clínica, possivelmente serão utilizadas.

Palavras-chave: função paterna, simbolização, novas organizações familiares e contemporaneidade.