Em torno do conceito lacaniano de declínio social da imago paterna.
Rodolpho Ruffino |
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Resumo Retomada do estado atual de uma pesquisa em que se investiga a noção lacaniana de declínio social da imago paterna, surgido em 1938 em seu artigo tornado público na Encyclopédie Française, La famille, com o qual o jovem psicanalista nomeava um acontecimento cultural que, para ele, caracteriza a civilização ocidental na contemporaneidade e configura as modalidades de apresentação das estruturas psicopatológicas. Dado o enodamento de operadores psíquicos subsumidos sob essa noção, situação que levaria o autor a desmembrar esses operadores em diferentes conceitos que viriam a surgir ulteriormente em sua obra, há hoje, entre os comentadores da obra lacaniana, uma dificuldade em se estabelecer dela um entendimento unívoco. Aqui, para tentar evidenciar a especificidade dessa noção, procurou-se pensa-la através da releitura de dois parágrafos de La famille: o §140 em que Lacan introduz a expressão declínio social da imago paterna e o § 203 no qual Lacan verifica que a sobreposição de uma alteração de caráter a uma neurose franqueada pelo declínio social da imago paterna realizaria exatamente o oposto do que se poderia esperar de tal declínio se por ele erroneamente entendêssemos um mero declínio da autoridade patriarcal.
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