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Em 1905 Freud postula a existência da sexualidade da criança nos Três Ensaios sobre a Sexualidade, rompendo com o pensamento da época. Em seguida, parte para a formulação de um dos pilares fundamentais da teoria psicanalítica, o complexo de édipo, jogando irreversivelmente a luz sobre a sexualidade das crianças e a sexualidade infantil pulsante no adulto.

Se a sexualidade da criança teve uma função disruptiva à época de seu desvelamento, o que pensar da sexualidade da criança na atualidade? A criança-anjo da era vitoriana hoje transborda sexualidade. Assistimos a uma brutal sexualização da infância: concursos de beleza, sutiãs para meninas, salto alto para bebês, coaching infantil, entre outros. Como pensar os desdobramentos da subjetividade em tempos da "ditadura da criança" e do enfraquecimento dos adultos?

Neste início do século XXI podemos questionar uma das premissas freudianas (1912 e 1924): Anatomia é destino? Estamos vivendo um rompimento do paradigma da questão de gênero e uma grande abertura para pensar sobre todas as suas definições. Acompanhamos famílias que abrem espaço para que as crianças façam suas escolhas, ou ainda a instituição do gênero neutro e a criação de um pronome neutro em alguns países. Quais os impactos disso no processo de subjetivação das crianças?

Junto às novas questões de gênero, testemunhamos uma pressa para definir o que cada um é. Como pensarmos uma mudança de identidade de gênero numa criança de dois anos? O que estaria em jogo? Quando e quem pode fazer essa escolha? Como escutar o pedido da criança sem levá-lo necessariamente ao pé da letra? O tempo do futuro instalado na antiga pergunta "O que você vai ser quando crescer" parece ter sido encurtado. Que impactos isso causa na infância?

Se a sexualidade transbordante de hoje ocupa mais espaço, sabemos que não há necessariamente maiores recursos simbólicos para processá-la. Os instrumentos que a psicanálise têm dão conta destas questões? Quais são os atuais desafios da clínica psicanalítica com crianças?

Anais

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TRABALHOS

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