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Trabalhos

Dois casos de histeria na infância: 1912 e 2014

Adela Stoppel de Gueller
Psicanalista, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP) Pós-doutora em Psicanálise (UERJ). Professora do curso de formação: Psicanálise com Crianças, Instituto Sedes Sapientiae - SP. Co-organizadora de Psicanálise com crianças: Perspectivas teórico-clínicas (Casa do Psicólogo, 2008) e autora de Atendimento psicanalítico de crianças (Zagodoni, 2011)

Eixo: História e cultura

Resumo

A partir do DSM IV a histeria desaparece como quadro psicopatológico, mas antes disso na própria psicanálise deixou de falar de histerias na infância. Em 1888, Freud afirmava serem frequentes as histerias entre as crianças de 6 a 10 anos sendo que elas apresentavam os mesmos sintomas que os adultos: alteração psíquica, espasmos, ataques e contraturas. Lacan foi o primeiro a extrair a predominância da conversão histérica para pôr em seu lugar a identificação com o sintoma do outro. Essa identificação é a que dá a histeria a aparência de imitação ou contágio. Daí que para ele a histeria mais do que uma patologia seja um modo de transmissão do desejo e um modo de interrogação do saber. Trabalharemos a partir de um caso de histeria de uma criança de 8 anos que sofria ataques havia cerca de um ano e meio, apresentado por Moshé Wulff em 1912, e o cotejaremos com o contagio histérico acontecido na cidade de Bertioga, S.P, em 2014, quando meninas de 12 e 13 anos tiveram que ser internadas ao perder a sensibilidade nas pernas após receber a segunda dose da vacina HPV (que previne o câncer de colo de útero) sendo diagnosticadas com a síndrome de estresse pós-injeção.


Palavras-chave: Histeria na infância, sexualidade infantil, fantasias, saber.