Pais, como arrumar esta desordem?
Eduardo Fraga de Almeida Prado |
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Eixo temático: História e Cultura (a família em desordem) Resumo O título deste trabalho faz alusão a uma função que aparentemente se encontra em crise, a saber, a função paterna. Tributária de modelos alicerçados no patriarcado, as novas configurações familiares parecem ter colocado em cheque essa função que- naquilo que toca às tentativas de lidar com as diferentes expressões do sofrimento infantil-estruturava saberes e formas de intervenção específicas. Diante deste cenário, muitos pais acreditam não mais estarem apropriados dos conhecimentos para lidar com seus filhos e recorrem a instituição escolar ou especialistas de diferentes campos do saber em busca da possível solução dos conflitos cotidianos. Este cenário concorre para a emergência de dois fenômenos sócio-culturais, quais sejam: a medicalização e a judicialização da infância. Enquanto psicanalistas de crianças, como exercer nossa prática clínica diante desta complexidade? O presente trabalho tem por objetivo demonstrar como o discurso e prática psicanalítica- desde que não se rendam à sedução de uma ideologia da competência- podem ser formas de reinvestir o saber parental a respeito de seus filhos e auxiliá-los no sentido de se aproximarem e buscarem compreender as diferentes formas de manifestação do mal-estar infantil. Para tanto, ilustraremos uma tentativa de resgate do saber parental a partir de um manejo clínico exercido no contexto de um Serviço-Ecola de uma universidade privada do estado de São Paulo, cujo objetivo reside em promover um maior contato entre pais e seus filhos por meio do resgate do lúdico e de uma prática que se encontra um tanto esquecida nos dias atuais, a saber: a narrativa.
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