Conflito e Conjugalidade

Maria Dolores Toloi

 

Prezado(a) leitor(a):

Conflito e conjugalidade são temas que incitam interesse ou simples curiosidade, causam inúmeras controvérsias e isto nos remete a um verdadeiro “embrolho” em função da complexidade do assunto.

A partir da Revolução Francesa, com o advento da burguesia e a concepção de família nuclear-privada, a civilização ocidental passou a identificar na conjugalidade o lócus das realizações pessoais e do encontro da tão almejada “felicidade”. Na busca da auto-realização através do relacionamento conjugal, podemos considerar os conflitos a partir da própria expressão e comunicação dos anseios, expectativas, valores e intenções individuais sobre como os indivíduos compreendem e vivenciam as concepções de amor, família, casamento e como atuam essas concepções no cotidiano das relações.

Um conjunto de expectativas passa a permear as relações conjugais numa tal complexidade que interfere nas interações e implementações dos projetos pessoais e comuns ao casal, através de intensos processos emocionais, atuantes nos relacionamentos.

Souza e Ramires (2006) em estudos sobre amor, casamento, família e divórcio, assinalam que a concepção do amor romântico ocupa o papel central no imaginário amoroso das relações de conjugalidade na cultura ocidental. Por outro lado, Féres-Carneiro (1997) em estudo sobre casamento e família entre homens e mulheres hetero e homossexuais, das camadas médias da população, assinala que homens e mulheres hetero valorizam as mesmas qualidades em seus parceiros, como fidelidade, integridade, carinho e paixão, porém, nas escolhas amorosas aparecem diferenças de gênero significativas quanto aos atributos preferenciais. Nesta pesquisa, as mulheres hetero demonstraram um nível alto de exigência e grande preferência aos atributos: competência profissional e capacidade econômica como critérios de escolha. Com relação aos homens, os atributos jovem e fisicamente atraente foram considerados significativamente mais importantes nas escolhas das parceiras em variadas condições amorosas (namoro, casamento e coabitação estável).

Diante disto, como podemos coadunar estes critérios de escolha com as concepções de ideal romântico nos relacionamentos conjugais? Parece um pouco complexo...

 

Maiores informações na Tese de Doutorado disponibilizada em: www.dominiopublico.gov.br

 

Julho 2007

Para comentar a matéria, escreva uma mensagem para:
Maria Dolores Toloi
mdtoloi@hotmail.com

 

__________________________________________________________________________