Conflitos na psicoterapia, na mediação e no Psicodrama

Maria Dolores Toloi

 

 

Prezado(a) leitor(a):

 

Dando continuidade às questões referentes aos conflitos, podemos destacar a visão de conflito nas psicoterapias como uma situação em que são encontrados elementos incompatíveis cujas forças se apresentam em direções opostas ou divergentes. A maioria dos psicoterapeutas explora os campos comportamentais (comportamentos observados e sintomas verbalizados), dinâmicos (motivação subjacente, consciente/inconsciente e origens familiares) e sistêmicos (estrutura e temas relativos à unidade familiar). Muita ênfase tem sido colocada no sintoma, processo e conteúdo. Os conflitos existem se as pessoas pensam sobre eles e constroem, de forma cognitiva e emocional, fatores considerados contraditórios mesmo que estes não façam parte da situação propriamente dita. Nas áreas de diagnóstico e intervenção, a análise inclui os indícios silenciosos e inexpressivos. A ênfase é colocada na compreensão do conteúdo, impacto e padrões de comunicação dos conflitos enquanto o processo de resolução tem recebido pouca atenção, principalmente, na literatura das psicoterapias.

Os conflitos são gerados a partir da forma como lidamos com nossas diferenças. Apesar dos aspectos psicológicos estarem incluídos nos diversos níveis de relacionamento e comunicação entre os indivíduos, no campo da mediação, a ênfase sobre a conceituação de conflito é colocada no processo interacional entre duas ou mais partes (interação entre pessoas, pequenos ou grandes grupos, uma pessoa e um grupo) em que predominam interações antagônicas. Caracterizam-se por serem processos de co-construção das partes envolvidas e algumas vezes podem ser agressivos.

O Psicodrama, por ser uma abordagem existencial e relacional, engloba tanto os aspectos interacionais, encontrados na mediação, quanto os intrapsíquicos enfatizados nas psicoterapias. A proposta Moreniana e as inúmeras metodologias de trabalho, desenvolvidas pelos psicodramatistas contemporâneos, têm apresentado subsídios que incluem desde as dimensões fenomenológicas/existenciais até as expressões subjetivas e coletivas dos indivíduos na co-construção das interações e dos fenômenos sociais.

 

Maiores informações na Tese de Doutorado disponibilizada em: www.dominiopublico.gov.br

 

Junho 2007

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