Fazer Psicodrama: facilidade aparente!

Rosane Rodrigues

 

 

Por que será que Moreno não fez um sucesso espetacular no mundo?

Um sujeito que falava, antes dos anos sessenta: de inclusão, de arte, de grupo, de aprender vivenciando, de se colocar no lugar do outro, de se abrir para a alegria, de ser Deus, de pesquisar já transformando, de criar condições para estar “fora de si”, de dar voz à humanidade e de tratar a doença humana, de transformar o criador em poderoso sobre coisas e pessoas. Alguém que sofria de uma grande ambivalência entre ser Deus e ser absolutamente anônimo.

Passou a vida tentando decidir o que seria melhor: digladiar-se com quem lhe roubava idéias ou patrocinar desinteressadamente novos talentos... Claro que depois que eles se desenvolviam, poderiam virar grandes inimigos.

Um homem que confrontou com uma das grandes descobertas do século: Freud explica! O respeitável princípio do determinismo psíquico! E disse que algo surpreendente poderia ser criado neste exato momento, praticamente sem passado e sem explicação de causa e efeito.

Alguém que, alinhado com Evrainov, queria a revolução do Teatro e a volta às raízes da Commedia dell'Arte. Incentivou o movimento teatral contemporâneo, como conhecemos hoje e inspirou o mal agradecido Augusto Boal em seu Teatro do Oprimido.

Se nada disto nos convencer, acho que devemos partir para o mais óbvio, inspirado em Adam Blatner: este tal de Psicodrama é bárbaro, eficiente, incrivelmente natural, mas vai tentar fazer, para ver se você consegue, com esta facilidade aparente!

 

Maio 2007

 

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Rosane Rodrigues
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