Uma síntese introdutória

Terezinha Tomé Baptista

 

Não é casual a associação quase automática que habitualmente se faz entre Psicodrama e Grupos. Moreno estruturou e construiu sua teoria psicodramática baseado na idéia de grupos e de sua prática espontânea e fecunda com vários deles ao longo de sua vida. Grupo é uma forma natural e potente que os indivíduos têm para sua organização e desenvolvimento. 

Embora Moreno não tenha elaborado um conceito claro sobre grupo, identificou algumas características próprias dessa forma de estruturação humana, o que nos permite moldar uma definição:

  1. interação entre os participantes;
  2. interesses e atividades comuns entre os membros;
  3. mínimo de coesão interna;
  4. mínimo de diferença de status entre os componentes.

Moreno também alertou para as propriedades terapêuticas de um grupo, ainda que o objetivo intrínseco do mesmo não se configure como tal: ou seja, qualquer encontro grupal humano, independente de sua finalidade, é em si, transformador para seus componentes.

Pode-se considerar sim que o Psicodrama seja “especialista” em grupos. Já está provado por experiências práticas, estudos variados desde Moreno, e por constatações cientificas contemporâneas, que o grupo desvela, otimiza e/ou potencializa competências individuais e forças sociais de uma comunidade. E tem fundamentação em teorias consistentes e extensas das quais destaco alguns pontos importantes a serem explorados posteriormente:

  1. normas e princípios gerais presentes em qualquer grupo;
  2. fases naturais de desenvolvimento de um grupo ao longo do tempo de    convivência entre seus membros;
  3. etapas ideais a serem trilhadas ao longo um encontro grupal;
  4. conceitos teóricos que nomeiam e fundamentam as possibilidades desses encontros humanos;
  5. instrumentos facilitadores da ação grupal;
  6. distintos contextos implicados num grupo, caracterização e manejo indicado para cada um deles;
  7. métodos e  técnicas de abordagem para melhor produção grupal;
  8. categorizações para diferentes tipos de grupos;
  9.  sistemática para medição de relações grupais.

Em próximos textos, detalharei esses itens.

 

Agosto 2008

Para comentar a matéria, escreva uma mensagem para:
Terezinha Tomé Baptista
baptista@8415.com.br