Vício, desta vez as drogas

Dirce Fátima Vieira

 

 

Conversaremos desta vez sobre os viciados em drogas e o que entendemos sobre este vicio.

Sabemos que o prognóstico com adictos é sombrio. São mais comuns as recaídas do que as superações. É um distúrbio crônico e recorrente. A princípio o indivíduo que procura a droga tem um comportamento voluntário, depois de usos sucessivos, estas substancias que provocam no SNC uma recompensa prazerosa, acionam áreas cerebrais que levam a um estado de dependência química, caracterizado pelo comportamento compulsivo ao uso. Atualmente além da utilização de medicamentos inibidores da sensação de prazer a Psiquiatria, Psicologia e a Neurobiologia estão enfocando suas pesquisas para identificar quais são os elementos biológicos e emocionais que contribuem para alterar este equilíbrio de prazer.

Entendemos por vício uma síndrome caracterizada pela dependência física e psicológica do individuo com a droga, onde um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos atuam de forma concomitante e prioritária na vida de uma pessoa.

A dependência física pode assim ser explicada pelas reações no organismo de fissura causada pela ação da droga no corpo e pela abstinência que acarreta na ausência da droga/substância. É importante salientar que em alguns vícios também existe uma pré-disposição genética para a dependência à substância, como por exemplo, é o caso do alcoolismo.

A dependência psíquica ou psicológica pode ser definida como uma compulsão para o uso da droga (cocaína, crack, álcool, entre outras) buscando a obtenção de um prazer e a diminuição de um desconforto. Aqui não falamos somente do prazer acionado bioquimicamente, mas do ganho secundário provocado por este que acaba retirando o indivíduo temporariamente desta sensação de desconforto provocada por algum vazio (carências, desconfirmações, vazios existenciais e outros) . Este ciclo leva o adicto a experimentar o efeito psíquico de preenchimento deste vazio. Esta vivência que é fugaz mas muito intensa propicia a pessoa que está sob os efeitos da substância sentir-se preenchida, feliz, onipotente e pertencendo a um grupo de pares que a aceita e valoriza. Este pertencimento retroalimenta o desejo do uso da droga. Estas vivências somadas ao efeito bioquímico da droga são aspectos que dificultam o drogadito achar que é ruim o uso da droga, portanto reconhecer-se como tal e/ou querer se libertar das mesmas.

Assim, uma pessoa tóxico-dependente torna-se escravo da droga/substância/comportamento, e como conseqüência deste processo observa-se uma redução de seus interesses na vida de uma forma geral, trazendo um empobrecimento da sua vida pessoal e social com diminuição de auto-estima, outro fator favorável ao uso recorrente da droga, pois no grupo de pares, drogaditos, tais dificuldades inexistem.

Observamos também uma negligência nos aspectos da vaidade e das relações afetivas. A necessidade de adquirir a droga pode ocasionar distúrbios de comportamento ( p. exs. realizar furtos, prostituir-se, traficar, para conseguir dinheiro para manter o vício), conflitos familiares e uma perda de crédito e confiança nas relações afetivas. Um indivíduo adicto é solitário e não tem uma qualidade de vida.

No próximo retomaremos ao viciado em sofrimento. Até lá!

 

Julho 2007

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