ARTIGOS

Viver e melancolia


Live and melancholy
Raul França Filho

RESUMO
O que aconteceu entre março de 2020 e março de 2022 que nos fez desconfiar do que nos era familiar – o contato habitual com parentes e amigos, nossas rotinas, o tempo de lazer fora de casa – e agora nos faz evitar o que tanto queríamos? Com base em textos consagrados e articulações teóricas contemporâneas no âmbito da psicanálise, este artigo busca discutir a hipótese de que estamos vivendo um estado coletivo de melancolia, como um dos possíveis efeitos da pandemia de Covid-19 na saúde mental da população.


Palavras-chave: Luto, Melancolia, Neoliberalismo, Pandemia, Topologia.

ABSTRACT
What happened between March 2020 and March 2022 that made us wary of what we were familiar with – the usual contact with relatives and friends, our routines, the leisure time outside home – and now makes us avoid what we wanted so badly? Based on established texts and contemporary theoretical articulations within the scope of psychoanalysis, this article seeks to discuss the hypothesis that we are living in a collective state of melancholy, as one of the possible effects of the Covid-19 pandemic on the mental health of the population.


Keywords: Mourning, Melancholy, Neoliberalism, Pandemic, Topology.


Introdução

Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte

Porque apesar de muito moço, me sinto são e salvo e forte

E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado

E assim já não posso sofrer no ano passado

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro

Ano passado eu morri, mas este ano eu não morro

            (Belchior – “Sujeito de sorte”)

 

Como nos versos do compositor Belchior, em março de 2020, morremos um pouco e não nos demos conta disso.

Em tempos normais, a vida segue seu curso e vai nos dando referências que nos balizam. De hábitos matinais a projetos corriqueiros ou mais importantes, agimos para orientar o curso do que nos leva ao futuro; fazer uma viagem, ter filhos, mudar de país, escolher uma profissão – possibilidades, sonhos, objetivos que acalentamos e examinamos para descartar, adiar ou planejar. A rotina nos organiza e nos ajuda a manter ao menos uma fantasia de estabilidade.

A partir de março de 2020, contudo, fomos orientados a nos isolarmos em casa para conter a propagação da Covid-19 e não sobrecarregar o sistema de saúde. As vacinas ainda estavam em fase de desenvolvimento, e o número de mortos passou a crescer de maneira exponencialmente vertiginosa. Fomos pegos de surpresa, e nossas rotinas, trabalho, relações, sonhos, planos – nossas vidas – viraram pelo avesso.

Maneiras de contornar a impossibilidade de contato social foram sendo rapidamente viabilizadas pela tecnologia no âmbito do trabalho, do ensino e das relações pessoais via transmissões de vídeo. A população procurou adaptar-se como pôde, e muitos sofreram com as dificuldades decorrentes do distanciamento.

As desigualdades sociais ficaram ainda mais acentuadas, e logo surgiram manifestações de solidariedade – redes de apoio se formaram, apesar daqueles que negavam a pandemia, questionavam a necessidade de distanciamento social, desrespeitavam as medidas emergenciais e faziam pouco caso das mortes. Diversos setores e segmentos se organizaram, em uma evidência da falta que o Estado faz como articulador de políticas públicas e provedor de recursos. Mesmo diante da aliança (insuficiente) entre gigantes do mercado financeiro, com seus bilhões, e a sociedade civil em geral, unidos para mitigar prejuízos, vimos a desproporcionalidade do número de mortos entre nós – de acordo com artigo publicado no jornal PODER360, de 23 de setembro de 2022, “o Brasil ocupa a 14ª posição do ranking mundial de mortes proporcionais pela Covid-19, com 3214 mortes pela doença a cada milhão de habitantes”. O Sistema Único de Saúde foi o que nos restou da presença do Estado – e o que seria de nós sem o SUS?

Com o tempo, as medidas emergenciais foram sendo prolongadas, dadas a agressividade com que a doença se alastrava e a escalada constante do número de óbitos –, mas elas também foram sendo afrouxadas em virtude do cansaço generalizado que a situação provocou. E o ambiente foi sendo deteriorado, mais e mais. Vivíamos uma situação que não fazia sentido para nós e experimentávamos sentimentos contraditórios, como se nos disséssemos, com perplexidade: “isso não nos deveria afetar tanto e por tanto tempo – afinal, somos civilizados e temos ao nosso dispor longevidade, inteligência artificial, antidepressivos e smartphones”.

Ocorre que o normal do nosso tempo é o individualismo. Um tempo de cada um por si e da produtividade, em que o coletivo dá lugar ao individual, o cidadão dá lugar ao consumidor e o Estado, à empresa.

Nesse contexto, em janeiro de 2020, fomos tomados pela ameaça global da Covid-19, a primeira pandemia do século XXI, quase 100 anos depois da gripe espanhola – pandemia do vírus influenza, que infectou em torno de um quarto da população mundial, entre 1918 e 1920. Ver o mesmo acontecer em nossa realidade, permeada por magníficos avanços da ciência e da tecnologia, era-nos espantoso; isso pode ter existido há um século ou na Idade Média, mas não conosco – não seria plausível.

Muitos morreram ao longo dos últimos dois anos, mas também os sobreviventes morremos um pouco. E este ano?

 

I – O excesso na falta

Afastados, sentíamos falta das pessoas próximas e as procurávamos avidamente nas telas dos computadores – as reuniões familiares e os encontros com os amigos se multiplicavam na medida da nossa falta de abraços, de cheiro e de contato com os outros. Casais se precipitaram a morar juntos para fugir à solidão iminente.

Mas a ação do tempo trouxe uma certa saturação. Assim, passaram-se a restringir os contatos e eventos virtuais ao essencial. Além disso, a convivência diuturna fortaleceu laços, mas também desfez casamentos e gerou estresse em crianças, atritos em família e uma epidemia colateral de sofrimento psíquico. Em alguma medida, fomos nos isolando dentro do afastamento em que já estávamos.

 

II – Luto ou melancolia?

A pandemia nos fez perder o rumo.

Como imagem, caímos da mudança; saímos de um lugar com a certeza de chegar a outro e nos perdemos no caminho, sem um mapa para nos orientar – nem sequer sabemos onde fomos parar.

Dormimos em março de 2020 para acordarmos no dia seguinte, em março de 2022. E, ao dormir, sonhamos com um dia seguinte perdido no tempo. Perdemos algo, mas sem saber o quê. Importantes laços com pessoas e projetos foram suprimidos de repente, sem que se pudessem identificar perdas concretas. Perdas sem luto – que, por hipótese, nos fazem viver um estado coletivo de melancolia.

De acordo com o que nos ensinou Freud (2011), a especificidade do luto está em definir-se como um trabalho psíquico – há algo a ser feito, portanto, no sentido da superação da dor. Trabalho desencadeado a partir da prova de realidade que atesta a ausência do objeto perdido e a impossibilidade de recuperá-lo.

Com precisão poética, a literatura nos ajuda a constatar como se dá esse trabalho. Os trechos abaixo, extraídos do romance Despertar os leões, ilustram o desenrolar do luto:

  

Liat não sabia quando [...] o quarto de sua avó se transformou de um lugar vivo e pulsante num cadáver mumificado [...] não existe lugar mais morto do que um museu, e não existe nada mais vivo do que uma lembrança fresca, que queima a garganta como áraque.

 

E agora ela queria entrar no quarto e quebrar um prato. Intencionalmente. Ligar o rádio no volume máximo. Ouvir os anúncios. Catar uma por uma as sementes de gergelim das burecas, jogar no chão. E esperar. E, se ela não vier, se ela realmente não vier, talvez então compreenda que ela de fato não está aqui. (GUNDAR-GOSHEN, 2020, p. 304)

 

Em dado momento do luto de Liat, o quarto da avó adquiriu vida própria e chegou a mitigar, em alguma medida, sua perda – os objetos, as gavetas, o cheiro davam conta de que ali era o lugar de uma pessoa viva (não mais).

E ela se dá a uma espera que lhe propicia a prova de realidade necessária para o luto. “E, se ela não vier, se ela realmente não vier, talvez então compreenda que ela de fato não está aqui.” Isto que a autora relata é o trabalho do luto, segundo Freud (2011).

 

Então, em que consiste o trabalho realizado pelo luto?

Creio que não é forçado descrevê-lo da seguinte maneira: a prova de realidade mostrou que o objeto amado não existe mais e agora exige que toda a libido seja retirada de suas ligações com esse objeto. (FREUD, 2011, p. 49)

 

Ainda segundo Freud,

 

O melancólico nos mostra ainda algo que falta no luto: um rebaixamento extraordinário do seu sentimento de autoestima, um enorme empobrecimento do ego. No luto é o mundo que se tornou pobre e vazio; na melancolia é o próprio ego. (FREUD, 2011, p. 53)

 

Com efeito, chegamos a 2022. Com a vacinação em massa, o vírus passa a causar menos danos e vai-se tentando voltar a um dia a dia sem as restrições que a Covid-19 nos impôs. Com isso, tendemos a retomar o que nos era rotineiro. Por vezes, no entanto, não nos sentimos à vontade com o que antes era usual. Algo do que nos era conhecido se perdeu. Melancolia?

 

III – Melancolia e mania

A mania possui o mesmo conteúdo da melancolia, posto que as duas afecções lutam contra o mesmo sofrimento. Na melancolia, entretanto, o eu é subjugado pelo objeto perdido, enquanto, na mania, o eu o domina. Assim, o maníaco nos demonstra sua libertação do objeto que o fazia sofrer, mas sem ter claro do que ele se libertou, como na citação abaixo:

 

A peculiaridade mais notável da melancolia, a que mais requer esclarecimento é a sua tendência a se transformar no estado sintomaticamente oposto da mania. [...] Portanto, não apenas é lícito, como imperioso, estender também à mania a explicação analítica da melancolia. (FREUD, 2011, p. 73)

 

Acontece que a vivência da pandemia também nos traz tais contradições. Simultaneamente a um clamor por proximidade, muitos foram se distanciando de seus próximos e de tudo o mais, com o fantasma da morte iminente, tão presente na pandemia. Vemos essa falta de sociabilidade e desencontro com o mundo acontecer ao lado de excessos festivos. Situações contraditórias não raramente vividas pela mesma pessoa. Ao olharmos tais situações de falta de sociabilidade versus excessos festivos como sintomas, podemos estabelecer uma correlação entre estes e a condição melancólica (falta de sociabilidade e medo da morte) e a mania (excessos festivos).

 

IV – Quando o outro e o mundo se tornam ameaçadores

Nas últimas décadas, o mundo testemunhou um crescente processo de precarização da existência, em favor da automação, da produtividade e do rentismo.

O outro passou a ser um concorrente.

As ideias igualitárias de transformação da sociedade e universalização de direitos, que marcaram o século XX, foram dando lugar às políticas focadas no indivíduo e na produtividade, preconizadas por essa nova ordem.

Como consequência, houve um aumento vertiginoso de vulnerabilidades em escala global, redundando em prejuízos à saúde mental da população, dado o quadro de insegurança que tudo isso causou – o que deu oportunidade aos avanços em direção ao marketing da medicalização do cotidiano. Cito Nelson da Silva Júnior:

 

Clara[1] nos introduz à realidade chocante de uma nova concepção de ciência psiquiátrica também com um detalhe: “sou bipolar”. O discurso da psiquiatria não é mais apenas um diagnóstico que se ajusta ou não a uma pessoa. Pelo contrário, é o próprio diagnóstico que faz hoje parte das formas das pessoas se pensarem, apresentarem-se e reconhecerem-se. Segundo penso, isso se tornou possível pela articulação de dois movimentos recentes da Psiquiatria, por um lado uma revolução epistemológica radical, e, por outro, sua associação com o marketing. (SILVA JÚNIOR, 2022, p. 324)

 

Assim, vivemos em um tempo em que se diagnosticam depressão, pânico e bipolaridade como se diagnosticam artrite, pressão alta ou diabetes, tirando do sujeito a possibilidade de compreensão, elaboração e esclarecimento quanto ao seu sofrimento, em face de sua história e do contexto social em que está inserido. Equipara-se, portanto, a abordagem do sofrimento psíquico àquela dispensada às doenças do organismo. Conforme Nelson da Silva Júnior,

 

Se lembrarmos que patologias são formas fundamentais dos processos de socialização, a formação discursiva neoliberal, ao suprimir o reconhecimento dos sofrimentos como resultantes de sua história e do pertencimento a uma comunidade, atingiu provavelmente o grau mais reificado da constituição de sujeitos e de vínculos sociais de nossos tempos. Tempos cuja escuridão vem paradoxalmente de seu excesso de iluminação. (SILVA JÚNIOR, 2022, p. 326)

 

Neste cenário, então, a pandemia reuniu diversos fatores em uma combinação explosiva: individualismo e equiparação do sofrimento psíquico a doenças do organismo somados ao medo de contaminação e à saturação do convívio social – fatores que redundaram em episódios de melancolia e mania. O outro e cada um se tornam ameaçadores.

Nesses termos, os sujeitos sofrem e não encontram como nomear seu sofrimento, identificar-lhe as causas ou contorná-lo, pois as ferramentas que lhes foram dadas pelos novos tempos não os removem do pesadelo dessa escuridão.

Em Luto e melancolia, Freud faz um paralelo entre o sonho, como protótipo das perturbações psíquicas narcísicas, e o luto como modelo para compreensão da melancolia. Equivale a dizer que Freud, logo no início deste seu texto de 1917, procura equiparar a melancolia às perturbações psíquicas narcísicas, a partir do paradigma do sonho – cuja formação se deve, de acordo com Freud (1972), aos mecanismos de deslocamento e condensação, ou, com Lacan (1998), a metonímia para deslocamento e metáfora para condensação. Volto a Freud:

 

Depois de fazer uso do sonho como protótipo normal das perturbações psíquicas narcísicas, tentaremos esclarecer a essência da melancolia comparando-a com o afeto normal do luto. (FREUD, 2011, p. 45)

 

Ora, se metonímia e metáfora compõem o mecanismo de formação dos sonhos, se os sonhos são o protótipo das perturbações psíquicas narcísicas, e a melancolia é uma perturbação psíquica narcísica, presume-se que metonímia e metáfora estejam presentes também na constituição da melancolia.

Em O significante, o conjunto e o número, Paulo Marcos Rona (2021), baseando-se na obra do filósofo francês Alain Badiou, Logique des mondes (2006), define metonímia como uma operação de conjunção entre dois entes, fazendo surgir um terceiro com os elementos comuns a ambos. Quanto à metáfora, o autor lança mão do conceito de envelope – aquilo que amplia a visão de um mundo com a inclusão de outros elementos que o condensam.

Durante a pandemia, muito se falou que o vírus era um inimigo mortal a ser extirpado. Vivíamos então uma guerra, como metáfora – sendo os projetos e sonhos que adiamos metonímicos em relação a tudo o que perdemos, não conseguimos identificar e nos faz, como não raramente se pode constatar na clínica e nas relações pessoais, melancólicos. “Perdi meus planos em março de 2020” no lugar de “perdi uma realidade (mundo) que ficou congelada em março de 2020”.

Graficamente, o que aqui é chamado de “guerra” corresponde ao envelope (metáfora); “março de 2020”, a um dos entes; “março de 2022”, a outro; e “perdi meus planos”, à conjunção entre eles (metonímia), conforme o diagrama a seguir..

                            guerra

 

Vivemos travados entre duas inexistências: um passado que não conseguimos retomar (2020) e um futuro incerto (2022) – apertados dentro de uma conjunção de planos perdidos. Sem saber o que perdemos, não sabemos aonde ir. Com isso, passamos a estranhar o que nos era familiar e não encontramos um rumo no mundo como ele não se apresenta mais – ele está aí, mas não o reconhecemos. Imóveis e coletivamente melancólicos – conforme o conceito freudiano.

 

V – Sobre viver

Nesse estado de melancolia, a reaproximação com quem (e o quê) nos é (ou era) familiar no mundo se torna mais difícil. Encerrados em nós mesmos, instituímos algo semelhante a uma “borda autística”[1] entre nós e o mundo exterior. Isolados, falamos como quem fala, “contanto que não diga”,[2] como ocorre com o sujeito autista, pois uma borda (carapaça) o protege do que lhe é ameaçador – os outros e o mundo.

Ao retomarmos o contato com os outros, nesta contingência pandêmica, não nos sentimos à vontade, não conseguimos nos comunicar facilmente como antes. Sentimos algo estranho – falamos como quem não diz. Negamos e não reconhecemos o que foi perdido.

Para o autista, “a construção de uma realidade compatível com a dos outros passa pela integração deles com sua borda” (MALEVAL, 2017, p. 125). A borda autística, portanto, é um lugar de possíveis trocas e negociações.

A partir do ponto de vista de que tratamos aqui, somos nós, presumíveis melancólicos, aqueles que devemos procurar nos integrar, de forma a podermos ampliar nossa borda e voltarmos a nos articular com os outros e com a realidade que vem se apresentando, seja ela qual for.

Lançando mão de outro paralelo: de acordo com a ecologia, quando um ecossistema encontra outro, constitui-se entre eles um ecótono,[3] ou um terceiro ecossistema – uma área de conjunção que abriga elementos comuns aos dois biomas que o formam, mas que também desenvolve características que lhe são próprias. E em torno desse ecótono há uma borda (ODUM e BARRETT, 2020, p. 386), que se estabelece como um lugar de negociação a propósito do que pode ou não constituir esse ecossistema resultante.

Similares ao ecótono, também estabelecemos uma borda que nos protege. Não como o autista, mas para nos integrarmos à realidade circundante – metonimicamente – através de trocas e negociações com o entorno.

É urgente, pois, fazermos da melancolia, luto; identificarmos, enterrarmos e lamentarmos as nossas perdas. Negociarmos com a realidade que se apresenta, sem negá-la, e seguirmos em frente. Para tanto, temos nossas bordas com características próprias a ampliar, preservar e, por seu intermédio, propiciar que nos integremos aos outros e à realidade que nos cerca.

No ano retrasado morremos um pouco. Resta-nos sobreviver.



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ano - Nº 4 - 2022
publicação: 26/11/2022
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Autor(es)
• Raul França Filho
Departamento de Psicossomática Psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae

 Psicanalista pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP) com especialização em Psicossomática Psicanalítica pelo Instituto Sedes Sapientiae. No Instituto Sedes Sapientiae, participa do grupo de estudos sobre Ferenczi, vinculado ao Departamento de Psicossomática Psicanalítica, desde 2021; e do Espaço de Estudo do Ensino de Lacan, desde 2019. Licenciado em Educação Artística pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).



Notas

[1] Pseudônimo usado em vinheta clínica exposta pelo autor.

[2] A borda autística é uma formação contra o Outro real ameaçador. Quando ela é débil, malformada ou destruída pelo entorno, o sujeito tem a sensação de ser objeto de um gozo maligno, que leva à automutilação, ao despedaçamento e aos urros. (MALEVAL, 2017, p. 90)

[3] (MALEVAL, 2017, p. 126)

[4] Um ecótono é criado pela justaposição de diferentes habitats ou tipos de ecossistemas. (ODUM e BARRETT, 2020, p. 24)

Referências bibliográficas

FREUD, S. Luto e melancolia. Tradução Marilene Carone. São Paulo: Cosac Naify, 2011.

FREUD, S. A interpretação dos sonhos. In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Tradução Walderedo Ismael de Oliveira. Rio de Janeiro: Imago, 1972. v. IV.

GUNDAR-GOSHEN, A. Despertar os leões. Tradução Paulo Geiger. São Paulo: Todavia, 2020.

LACAN, J. A instância da letra no inconsciente. In: LACAN, J. Escritos. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

MALEVAL, J. C. O autista e sua voz. Tradução Paulo Sérgio de Souza Jr. São Paulo: Blucher, 2017.

ODUM, E. P.; BARRET, G. W. Fundamento da ecologia. Tradução Pegasus Sistemas e Soluções. São Paulo: Cengage Learning, 2020.

RONA, P. M. O significante, o conjunto e o número: a topologia na psicanálise de Jacques Lacan. São Paulo: Zagodoni, 2021.

SILVA JÚNIOR, N. Sobre a gestão neoliberal do sofrimento psíquico e social. Sujeito, Governo e Ciência em tempos de sombras. In: FULGENCIO, L.; GURFINKEL, D. (Orgs.). Relações de objeto na psicanálise: ontem e hoje. São Paulo: Blucher, 2022.

 

 


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