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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    13 Junho de 2010  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

ABERTURA DA MESA-REDONDA HERANÇA E TRANSMISSÃO: TRAUMA E NARRATIVAS NOS ESPELHOS DA CULTURA


ELCIO GONÇALVES (1)
 

Bom Dia!

Dando continuidade ao nosso encontro sobre HERANÇA E TRANSMISSÃO: TRAUMA E NARRATIVAS NOS ESPELHOS DA CULTURA, tenho que comunicar, com pesar, a ausência de nossa amiga e colega Cleide Monteiro que, em função do falecimento de sua mãe, ontem, não pode estar conosco agora.

Viver é traumático e atravessar os inúmeros lutos a que somos sujeitos requer: aprender com o passado, investir no presente e manter acesa a esperança em algum futuro.

Lembrei-me, enquanto me preparava para a coordenação desta mesa, de um momento, partilhado no Grupo Psicanálise e Contemporaneidade quando, impactados pelo filme Sobrevivente(s), que acabávamos de assistir, ficamos por algum tempo sem fala, retomando-a em seguida e só aos poucos. Uma das questões que nos atravessou foi: como eles conseguiram? O que fez com que avançassem para ‘além do Mais Além’?

Como cada indivíduo, na comunidade humana, reage ao trauma? O que ainda podemos dizer sobre o silêncio e vida das palavras? Qual a simbolização possível quando as representações excedem? Como reencontramos a nós mesmos, quando o real nos desorganiza?

Sentidos são tecidos em rede, no tempo e num processo de trocas. Em concordância ou dissonância, mas sempre na presença do outro.

É com esse intuito que temos o prazer de estar aqui, mais uma vez reunidos, agrupando diferenças. Dentre elas: diferentes gerações, nacionalidades e correntes de pensamento; entre jovens e maduros; comprovando mais uma vez que a herança e a transmissão são fundamentais na elaboração do trauma, o que acontece permanentemente nos espelhos da cultura.

É com esse intuito que apresento e passo a seguir a palavra aos nossos convidados.

Marcelo Viñar é médico, psicanalista, membro titular e didata da Associação Psicanalítica do Uruguai, ex-professor do departamento de Educação Médica da Faculdade de Medicina do Uruguai, coordenador do grupo de pesquisa de campo sobre a adolescência marginalizada e menores fora da lei, assessor do Conselho Nacional de Educação em temas de convivência saudável e prevenção da violência. Integrou a clínica La Chesnaie na França e dirigiu a École de Psychiatrie Institutionnelle La Chesnaie. Tem publicados vários livros, alguns em conjunto com Maren Viñar como: Exile et Torture e Fracturas de Memoria; compilador de Semejante o Enemigo?, participou de vários livros coletivos como Identidad Uruguaya mito crisis o afirmación?, Antigos crimenes, Uruguay cuentas pendientes, Memoria Social e Niños fuera de la ley. Escreveu Psicoanalizar hoy e Mundos adolescentes y Vertigo Civilizatório.

Mario Fuks é psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Coordenador, professor e supervisor do curso: Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea. Professor e supervisor do curso de Psicanálise deste Departamento e Instituição. Membro do Grupo Psicanálise e Contemporaneidade. E autor em conjunto com Silvia Leonor Alonso do livro Histeria.

Miriam Chnaiderman é Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP; Doutora em Artes pela ECA-USP, com Pós–doutorado no Laboratório de Psicopatologia Fundamental do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC/SP, tendo como tema “A questão da identidade no mundo contemporâneo”. Psicanalista e Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Como documentarista, realizou "Dizem que sou louco" (1994, 16 mm, 13 min), "Artesãos da Morte" (2001, 35 mm, 18’), "Gilete Azul" (2003, vídeo, 16 min ), "Isso, aquilo e aquilo outro" (2004, vídeo, 38 min) e "Você faz a diferença" (2005, vídeo, 26 min), “Passeios no Recanto Silvestre” (2006, 35 mm, 15 min), “Procura-se Janaína” (2007, vídeo, 54 min), “Sobreviventes” (2008, vídeo, 48 min) e “M’Boi Mirim, Dos índios, Das Águas, Dos Sonhos” (2009, vídeo, 28 min). Como ensaísta, tem dois livros publicados: "Ensaios de Psicanálise e Semiótica" (ed. Escuta, 1989) e "O hiato convexo: literatura e psicanálise" (ed. Brasiliense, 1989).

Eliane Brum é jornalista, já tendo acumulados mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem; é colunista do site da Revista Época e cronista do site vidabreve.com. Como escritora publicou Coluna Prestes: o avesso da lenda, A Vida Que Ninguém Vê e O Olho da Rua.  Como documentarista estreou com "Uma História Severina", tendo recebido mais de 20 prêmios nacionais e internacionais.

A proposta dessa mesa redonda é que possamos debater o tema introduzido pelo representante do Grupo Psicanálise e Contemporaneidade, Mario Fuks - “Trauma e Subjetivação” -, seguido de Marcelo Viñar que compartilha conosco o tema “Herança e Narrativa: Grupos de Palavras”, seguidos de Miriam Chnaiderman e Eliane Brum que, pela afinidade com os temas, dispararão o debate com suas questões.

O tempo estimado é de meia hora para as exposições e de vinte minutos para as questões, de modo a que os demais colegas possam também acrescentar as suas próprias inquietações.

Que tenhamos todos bons momentos. Passo então a palavra a Mario Fuks.

(1) Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.



 
 
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