RENATA UDLER CROMBERG [1]
A mesa transcorreu em harmonia, num clima onírico próprio ao encontro das Artes. A música, o teatro e as telas de pintura e esculturas performáticas falaram das partilhas do sensível e das políticas do desejo e da criação na cidade.
Na fala de Mara Selaibe foram os Músicos da Orquestra Sinfônica Heliópolis que tiveram a palavra neste projeto coletivo de ultrapassagem de barreiras simbólicas e concretas da sua trajetória de profissionalização.
Na fala de Paula Francisquetti, foi o Grupo Teatral Ueinzz que esteve no foco da travessia de seus muitos anos de navegação pelos mares e palcos do mundo, concretizando, de Lisboa a Santos, a bordo do navio Splendors of the Seas, uma fraternidade onde a clínica da criação é a arma de potencial guerrilheiro dos que portam o sofrimento mental extremo no enfrentamento dos muros do mundo.
Sílvia Nogueira de Carvalho trouxe em sua fala um regime estético da arte, onde diante da dor dos outros esta produz objetos portadores de força e sentido de ligação, capazes de invocar potências de reconfiguração de lugares vitais na clínica psicanalítica e na cidade.
Após estas vibrantes apresentações, uma conversa entusiasmada e interessada da plateia com os componentes da mesa expressou o prazer do encontro.
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[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.