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INTERLOCUÇÕES
"Histórias e narrativas que constituem a Parentalidade na
Contemporaneidade"
agosto de 2015
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Neste evento, tivemos as palestras de Celso Guttfriend (médico, psiquiatra e psicanalista de Porto Alegre, autor de vários livros, entre eles Narrar, ser mãe, ser pai, 2010, Ed. Diffel) e Tânia Maria Aiello-Vaisberg (psicanalista, coordenadora da clínica comunitária "Ser e Fazer" do Instituto de Psicologia da USP e membro do Espaço Potencial Winnicott). Após as apresentações, tivemos a exposição de trabalhos da Clínica Ser e Fazer, com a Tânia, e uma sessão de autógrafos, com o Celso. Celso ressaltou a importância da "narratividade" presente no espaço de |
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contar histórias, ouvir histórias sobre a família, construir histórias, as nossas próprias ou alheias, histórias que, ao serem escolhidas, contam e constituem a experiência vivida e significada. Ao contar sobre as suas experiências pessoais, como o ouvir histórias de seus avós, bem como o não ouvir, experienciado com outra parte do núcleo familiar, Celso enfatizou como isso o influenciou profundamente. Para ele a experiência de contar histórias, de trabalhar com narrativas, é mais do que um instrumento que contribui para o exercício da parentalidade, é uma ação da própria parentalidade e se confunde com ela. Ele apontou para o fato de que a criança precisa das histórias, de ouvi-las, contá-las, recontá-las etc., e que hoje, com a pressa do nosso mundo, esse hábito foi perdido. Foi nessa direção que ele ressaltou a importância do psicoterapeuta ser como um guardião das histórias; considerando que o encontro psicoterapêutico ocorre por meio da narrativa, do seu enunciar e da sua escuta. Essa narrativa possibilita o encontro! Somos feitos de encontros e o encontro com o outro nos salva. Foi uma apresentação comovente, pois Celso pôde, neste encontro, narrar a sua própria história e, assim, nos encontrar, bem como nós a ele. Tânia iniciou a sua apresentação falando que na sua família ela também experienciou os opostos: uma bisavó contadora de histórias, uma avó calada e uma mãe prolixa. Ela, enquanto mãe, contou histórias e agora, como avó, o faz também. Para ela a narrativa e o contar histórias contribui para a constituição e o desenvolvimento do self. Tânia seguiu a sua apresentação nos contando sobre a sua experiência nas oficinas Ser e Fazer: oficinas psicoterapêuticas de criação. Um enquadre clínico específico, com o uso de atividades expressivas, onde os pais ou outros responsáveis pela criança são estimulados a fazer o resgate de memórias, histórias e lembranças da infância é oferecido. Considera-se que este tipo de ação e narrativa é uma reaproximação sensível do modo de ser e da sensibilidade da criança, o que, por sua vez, favorece mudanças no ambiente familiar em direção a um ambiente mais compreensível, que pode dar conta da criança. Tânia nos disse que o objetivo das oficinas é facilitar um contato com o ser criança e, também, propiciar o encontro, dado que nas narrativas os encontros se dão! Nessa composição de narrativas, as de Celso, Tânia e as nossas, tivemos e vivemos a experiência de encontrar! |
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Fotos do Evento

apresentação de Celso Gutfreind
(foto de Alessandra Barbieri)

na esquerda para a direita, Mônica Valente, Celso Guttfried, Tânia Aiello Vaisberg
(foto de Alessandra Barbieri)
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