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INTERLOCUÇÕES DO ESPAÇO POTENCIAL
“Transformações na Família Contemporânea”
outubro de 2015
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Nesse evento, discutimos sobre dois temas importantes na atualidade: “A revolução dos papéis na família contemporânea e as suas transformações”, apresentado por Maria Lúcia de Souza Campos Paiva; e “Voternidade: Ser avô ser avó, um doce desafio”, por Sônia Pires. Maria Lúcia Paiva é psicanalista, mestre e doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, membro da Junta Diretiva e representante do Brasil no Conselho Administrativo da Associação Internacional Psicanalítica de Casal e Família |
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(AIPCF). Durante a sua apresentação ela se dedicou a analisar os pilares que sustentam as novas organizações familiares, o conceito de família na atualidade, a compreensão das relações familiares e a distinção dos diferentes tipos de família no mundo contemporâneo. Nessa direção, dedicou-se, ainda, a uma análise da função da família em suas diferentes configurações, dos tipos de casamento e das dinâmicas conjugais desde a idade média até os nossos tempos, incluindo as uniões homoafetivas e a compreensão da parentalidade nesses diversos tipos de união conjugal. A sua conferência apoiou-se na teoria das configurações vinculares e na tese da existência das heranças psíquicas, alertando sobre as dificuldades existentes para o exercício atual da parentalidade. Tivemos uma apresentação bastante didática e representativa do momento atual! Sônia Pires é membro do Departamento de Formação em Psicanálise do Sedes, idealizadora e coordenadora do Instituto "de Olho no Futuro" e autora de diversos livros, entre eles, Voternidade (2015, Editora Biblioteca 24 horas), que foi a base e referência da sua apresentação. Sônia falou sobre a mudança que acontece numa família quando uma mulher engravida. Esta última entra em crise, oscilando entre ser mulher e ser mãe. O homem, por sua vez, tem de abdicar do seu lugar de homem junto à sua mulher (que é objeto do seu desejo), para prover à ela e ao bebê a proteção e os cuidados necessários. Essas mudanças também atingem os pais do casal! Sônia analisou mais especificamente o que ocorre com a mãe da mãe, que tem, então, a chance de voltar a cuidar de sua filha, agora regredida, e corrigir algumas falhas do passado. A filha protegida pode, assim, ser uma mãe melhor (do que foi a sua própria mãe), para o seu filho. A avó sente-se em êxtase! Ela colocou, nessa direção, um problema importante, em relação à avó: como não permanecer fixada nessa posição e poder, então, deixar a filha retomar o seu lugar de adulta, e agora mãe. Enfim, como a avó, a mãe da mãe, pode deixar a sua filha ser mãe e, consequentemente, pode ser avó? Sônia considera que há um luto a ser vivido pela avó, um luto que a leva a assumir a função voterna, que é uma relação sem compromisso e despretensiosa, que pode abrir espaço para manifestações inusitadas e ao livre acesso à potência criativa do brincar. Foi uma apresentação muito sensível, na qual Sônia colocou a sua experiência como mãe e avó, emocionando a todos os presentes. |
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Fotos do Evento

da esquerda para a direita: Ana Luisa Cordeiro, Lúcia Paiva, Sônia Pires
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