ARTIGOS

A clínica psicossomática com pessoas negras: Ferenczi, Lucas Veiga e a poesia, uma aproximação


The psychosomatic clinic with black people: Ferenczi, Lucas Veiga and poetry, an approach
Letícia Gonçalves da Silva

RESUMO
Estamos inseridos em uma sociedade estruturalmente racista. No Brasil, o racismo pode acontecer de forma velada ou escancarada, produzindo adoecimentos, desamparos e estilhaçamentos, traumas que, muitas vezes, não são nomeados e nem considerados os seus efeitos. Estudar psicossomática psicanalítica me faz pensar ainda mais sobre o enquadre e o manejo com os pacientes negros, de forma que o trabalho analítico possa amplificar nossa escuta e cuidado sobre os impactos do racismo que corroem as subjetividades negras. Neste artigo, gostaria de costurar linhas entre os estudos do psicólogo Lucas Veiga com a psicologia preta, a clínica do sentir com de Ferenczi e ferramentas artísticas como a poesia no atendimento de pessoas negras na clínica psicossomática psicanalítica, tecendo conexões entre estes e os processos de nomeação, acolhimento, simbolização, (re)integração e (re)ligação de afetos

Palavras-chave: Trauma, Racismo, Poesia

ABSTRACT
We live in a structurally racist society. In Brazil, racism can happen in a veiled or open way, producing illness, helplessness and shattering, traumas that often go unnamed and their effects are not even considered. Studying psychoanalytic psychosomatics makes me think even more about the framing and dealing with black patients, so that analytical work can amplify our listening and care for the impacts of racism that corrode black subjectivities. In this article, I would like to sew threads between the psychologist Lucas Veiga's studies of black psychology, Ferenczi's clinic of feeling with and artistic tools such as poetry in the care of black people in the psychoanalytic psychosomatic clinic, weaving connections between these and the processes of naming, welcoming, symbolizing, (re)integrating and (re)connecting affections.

Keywords: Trauma, Racism, Poetry.


 

"O que somos nós, os negros?"

(Nogueira, 2021, p. 125)

 

Os dados do Censo IBGE apontaram que, em 2022, as populações preta e parda representavam 9,1% e 47% da população brasileira. Contudo, os dados referentes aos melhores níveis de condições de vida, mostraram o quanto a presença dessas populações é a mais baixa (IBGE, 2022).

 

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado; a expectativa de vida dos negros é de seis anos a menos que a dos brancos; 75% da população mais pobre é negra; a renda per capita de famílias negras é 200% menor que a renda de famílias brancas. Apesar de serem mais de 54% da população nacional, os negros são minorias no Congresso, na Academia, na Televisão e em todos os espaços de poder da sociedade. (Carneiro, 2011 apud Veiga, 2021, p. 12-13)

 

É nesse contexto social que construímos quem somos e, ao mesmo tempo, somos constituídos: pelo olhar do outro, pelos investimentos, pelas projeções, pelos afetos. A partir disso, que significante o corpo negro suscita no olhar de pessoas brancas e qual o reflexo desse olhar em pessoas negras? Como a psicanálise tem testemunhado sua atuação com pessoas negras em uma sociedade estruturalmente racista? Qual a sua responsabilidade diante da insensibilidade de alguns analistas em não nomear ou escutar o racismo como possível gerador de traumas, que constituem nossas subjetividades?

Segundo Ferenczi, o trauma é um choque, e

 

o choque é equivalente à aniquilação do sentimento de si, da capacidade de resistir, agir e pensar com vistas à defesa de Si mesmo. Também pode acontecer que os órgãos que asseguram a preservação do Si mesmo abandonem ou, pelo menos, reduzam suas funções ao extremo. (Ferenczi, 1992 [1932], p. 109)

 

Historicamente, desde a violência da escravização e da colonização, a branquitude tem projetado sobre as vidas negras desprezo e ódio, que ocasionam um processo de desumanização, auto-ódio e acredito que podemos pensar também em traumas raciais, que podem ocasionar estilhaçamentos, desmoronamentos e adoecimentos no corpo psíquico e físico, com severos prejuízos na economia psicossomática das pessoas negras, o que afeta diretamente os processos de simbolização e as relações, por exemplo.

Nogueira (2021) nos diz que o corpo humano, para além de seu caráter biológico, é afetado pela religião, pelo grupo familiar, a classe, a cultura e outras intervenções sociais; Bento (2022) nos desvela o pacto da branquitude; e Veiga (2021) nos rememora que o fim imediato do racismo é impossível.

Diante desse cenário e considerando o lugar que as pessoas negras ocupam na sociedade, qual lugar as pessoas negras podem ocupar na clínica psicossomática psicanalítica? Como estão a escuta e o acolhimento dos analistas? Estamos reeditando o desmentido? Com o constante genocídio da população negra, como (juntos) produzimos horizontes?

Partindo dessas considerações, gostaria de costurar linhas entre a clínica com pessoas negras apresentada pelo psicólogo Lucas Veiga, que articula as práxis anticoloniais com a promoção de saúde mental, apostando na criação de saídas e saúdes pela via da descolonização do inconsciente, a teoria de Sándor Ferenczi e a psicossomática psicanalítica, apontando a importância de outros manejos clínicos, evidenciando a contratransferência, os afetos e o corpo, juntamente com a utilização de ferramentas artísticas, como a poesia, tecendo conexões entre os processos de nomeação, simbolização, (re)integração e (re)ligação de afetos. De sonhos. De memória. De futuros.

Este trabalho contém muitas perguntas, e eu não posso e nem pretendo responder a todas elas. Apenas desejo que elas fiquem reverberando e causando algumas sensações. Como escreve Conceição Evaristo, "a nossa escrevivência não pode ser lida como história de ninar os da casa-grande, e sim para incomodá-los em seus sonos injustos" (Duarte; Nunes, 2020).

 

A arte (não neutra) de auscultar o corpo negro

 

"Na escuridão da noite

meu corpo igual,

boia lágrimas, oceânico,

crivando buscas

cravando sonhos

aquilombando esperanças

na escuridão da noite."

(Evaristo, 2021, p. 15)

 

 

As marcas da escravização e da colonização são presentes em nossas histórias, em nossos corpos. Veiga nos mostra que nós, negros, vivemos o horror do embranquecimento, negando nosso valor enquanto pessoa e "nos afastando de nossas origens não apenas por meio do apagamento dos caminhos e de parte da história de nossos ancestrais, mas também por meio da criação de uma narrativa sobre nós, que teve como efeito sentirmos vergonha, culpa" (Veiga, 2021, p. 92).

Enquanto analistas negros, é comum ouvirmos no atendimento com pessoas negras, que já foram atendidas por psicólogos e/ou psicanalistas brancos, que muitas vezes não conseguiam dizer tudo para os analistas brancos. O racismo, por vezes, é da ordem do inominável: na análise, o analisando relata uma violência racial, mas, por vezes, não consegue nomear como racismo. Nomeia o mal-estar, a sensação de estranhamento no corpo... Em nossas clínicas, conseguimos auxiliar essa nomeação? Quando o analisando diz que sofreu racismo, qual a posição do analista? Duvida? Desmente? Não faz nada com isso? Além do que a gente diz para o analisando, o nosso corpo expressa e comunica algo. O paciente capta isso, como nos mostra Ferenczi:

 

Os pacientes não se impressionam com uma expressão teatral de piedade, mas apenas com uma simpatia autêntica. Não sei se a reconhecem no tom da nossa voz, na escolha de nossas palavras, ou de alguma outra maneira. Seja como for, adivinham, de um modo quase extralúcido, os pensamentos e as emoções do analista. Não me parece possível enganar o doente a este respeito, e as consequências de toda tentativa de logro só poderiam ser lamentáveis. (Ferenczi, 1992 [1933], p. 101)

 

Devemos estar atentos e sensíveis ao contemporâneo. "O sofrimento psíquico não é da ordem da intimidade, ele é político. Conseguir ouvir um paciente implica, então, em conseguir ouvir o sintoma que o adoece, ouvir o sintoma para ouvir o mundo que o produz" (Veiga, 2021, p. 80-81).

Pensando sobre o modo que ouvimos nossos pacientes, gostaria de pensar sobre o verbo escutar, com base no que encontrei no livro Corpo, de Maria Helena Fernandes:

 

O verbo escutar, do latim auscultare, remete ao método da escuta médica, a auscultação, que significa a ‘escuta dos barulhos internos do sujeito' [...] escutar é precisamente dar ouvidos àquilo que enuncia apenas veladamente, àquilo que somente um ouvido atento e experimentado na arte da escuta pode acolher. (Fernandes, 2003, p. 129)

 

Na clínica psicossomática psicanalítica, a escuta passa pelos afetos, e não pela interpretação clássica. O analisando pode apresentar um comportamento operatório, narrando fatos, desafetado, como se estivesse desligado de seus afetos. Logo, a escuta se dá também pelo corpo do analista, que, muitas vezes, sente aquilo que ainda não alcançou palavra para o analisando. E o clássico silêncio na análise também pode ser devastador: abrindo-se para o silêncio do inconsciente da morte psíquica do vazio (McDougall, 1983). Por isso, o contato olho no olho, corpo a corpo, inclusive na clínica com pessoas negras, é fundamental como ferramenta de encontro e acolhimento aos excluídos, marginalizados, diante de vivências e corpos silenciados e invisibilizados.

 

[...] nesse sentido é por meio da delicadeza da escuta, de uma leitura em filigrana das palavras, nas sutilezas da busca, dos detalhes, dos gestos, do olhar [...] Tudo se passa como se a palavra do analista devesse incentivar o paciente a desenvolver seu poder imaginativo, de tal forma que o acontecimento que toca o corpo não fique privado das possibilidades metafóricas. A metáfora, disse P. Fédida (1977), "é uma morada, e o psicanalista tem a necessidade do poema para habitar (p. 131)". (Fernandes, 2003, p. 135)

 

Estarmos atentos às questões de raça, gênero, território é fundamental para podermos amplificar nossa escuta e cuidado sobre os impactos do racismo que corroem as subjetividades negras: "É importante devolver para a branquitude, para o abusador, a responsabilidade pela violência do racismo: os psicólogos brancos suportariam a redistribuição da violência racial no setting?" (Veiga, 2021, p. 88).

 

 

Posso ler uma poesia pra você? O corpo e a arte do sentir com e criar ficções

 

"Nem todo viandante

Anda estradas

Há mundos submersos

Que só o silencio

Da poesia penetra."

(Evaristo, 2021, p. 122)

 

O corpo negro carrega marcas, desde antes do seu nascimento. O racismo deixa impregnadas em nós marcas de inferioridade, infelicidade e desesperança. Historicamente, pessoas negras, assim como as indígenas, foram objetificadas, vistas como não humanas. Como acontece o processo de humanização de pessoas negras em uma sociedade estruturalmente racista, com seu passado cravado na escravização?

As reflexões sobre nossa herança colonizada, eurocêntrica e elitista social da psicologia e psicanálise são urgentes para a construção de uma clínica antirracista. A psicologia preta surge nos Estados Unidos, nos anos 1960 e 1970, e nos ajuda nesse caminho, tendo como base a ancestralidade africana e as subjetividades negras, com foco em reconhecimento, pertencimento e comunidade. Uma de suas direções de trabalho é promover o resgate do amor por si mesmo, por sua história, pelo povo ao qual se pertence (Veiga, 2021, p. 93).  Essa perspectiva de resgate de amor ganha consonância com o que Ferenczi apresenta sobre a análise, que "deve terminar pela eliminação das resistências, pela adaptação à realidade, rica em frustrações, mas completa também - devemo-lo esperar - pela faculdade de desfrutar a felicidade onde ela realmente for oferecida" (1992 [1929], p. 51).

Para a composição desse olhar amoroso e construtivo de si mesmo, penso que a poesia é uma das artes que pode ser utilizada para a ligação de afetos desconectados, para o nascimento de palavras encapsuladas, que ficam impossibilitadas de ganhar sentido. E afetos que não encontram via de representações. Angústias, violências, traumas podem escoar em descarga diretamente no corpo. Fontes (2021) nos mostra que é pela transferência que conseguimos via de acesso a impressões sensíveis traumáticas, pela memória corporal.

Pensar especificamente na escrita/poesia como instrumento de (re)ligação de afetos e (re)conhecimento é uma aposta. Barros, aponta que "escrever o que não acontece é tarefa da poesia" (2015, p. 35). Em minha clínica, quando realizo alguns atendimentos presenciais, levo meus livros de poesia e deixo-os expostos na mesa. Ora alguns analisandos pegam os livros, ora eu leio alguma poesia para eles. Às vezes, leio algumas poesias nos atendimentos online.

Alguns pacientes (principalmente as mulheres) identificam-se com as poesias e até dizem o quanto aquela escrita desperta outras formas de poderem falar sobre si mesmos. Essa identificação oferece um lugar de acolhimento, pertencimento e de não (se) sentirem sozinhas. Em alguns momentos, conseguimos pensar sobre sobrecargas e dores profundas a partir de outra perspectiva. Pode haver identificação pelas dores, mas também há por algo que se pode elaborar e transformar pela arte e pelo compartilhamento de sentimentos.

As mulheres negras são vistas como mulheres que aguentam mais dores. Fortes e guerreiras são adjetivos frequentemente dados a elas. Como se, desde sempre, tivessem de suportar tudo, muitas vezes em silêncio. Silenciadas. Dados da saúde registram que mulheres negras recebem menos anestesia na hora do parto. Além de outras violências que podem ocorrer com elas, pelo ódio projetado nos corpos negros.

A poesia pode resgatar identidades. Permite encontros com os nossos afetos para além do fazer operatório e do cuidado do outro; estando nas bases familiares, mulheres negras são quase que destinadas a cumprir o cuidado com o outro. A poesia nos reconecta com a nossa ancestralidade e irmandade, com nossos sonhos. Ela nos reconecta, ao mesmo tempo, com nossas potencialidades e vulnerabilidades. Conecta sensações aos nossos corpos, vistos como corpos de luta e guerra. Como corpos de militância. E eles são. Mas não são só isso. Poesia é lugar de criar outros modos de existência. Poesia é também lugar de descanso.

 

"Não havia no lugar nenhum caminho de fugir.

A gente se inventava de caminhos com as novas palavras."

(Barros, 2015, p. 83)

 

 

Mas a arte é para quem?

 

Veiga (2021) nos dá um exemplo de como a arte e a intelectualidade produzidas por corporeidades pretas são um exercício de criação de ficções outras, para si mesmas e para o mundo.

 

Por sermos violentados pela ficção colonial que ainda impera no mundo, estabelecemos uma relação de fuga dessa ficção perversa que tenta nos afastar da vida. E nessa fuga podemos devolver a capacidade de criar modos de vida próprios (ficções) com o máximo grau de liberdade possível. (Veiga, 2021, p. 42)

 

Criar ficções como forma de subversão desse modo de existência colonizado pode ocorrer no exercício dos analisandos de escreverem seus próprios textos, suas próprias poesias, não de forma meramente operatória, mas expressando o que sentem, pensando em nossas "Escrevivências" (termo criado por Conceição Evaristo), a escrita de nós para nós.

A escritora e teórica cultural Anzaldúa, chicana, sapatão-feminista, poeta tejana patlache, também tece reflexões importantes sobre a escrita:

 

Por que sou levada a escrever? Porque a escrita me salva da complacência que me amedronta. Porque não tenho escolha. Porque devo manter vivo o espírito de minha revolta e a mim mesma também. Porque o mundo que crio na escrita compensa o que o mundo real não me dá. No escrever coloco ordem no mundo, coloco nele uma alça para poder segurá-lo. Escrevo porque a vida não aplaca meus apetites e minha fome. Escrevo para registrar o que os outros apagam quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você. Para me tornar mais íntima comigo mesma e consigo. Para me descobrir, preservar-me, construir-me, alcançar autonomia. [...] Escreverei sobre o não dito, sem me importar com o suspiro de ultraje do censor e da audiência. Finalmente, escrevo porque tenho medo de escrever, mas tenho um medo maior de não escrever. (Anzaldúa, 2021, p. 51-52)

 

Pensar no atendimento de pessoas negras, com toda a sua multiplicidade, me faz pensar no que Ferenczi (1992 [1931]) aponta sobre nosso dever de irmos, o quanto possível, ao encontro do paciente. Ir como trabalho ativo. Penso também em Aisenstein, que nos mostra que "em toda análise existe um corpo a corpo - e o corpo erótico, doente, renegado ou excluído - é o cerne da cura" (2003). O corpo que é visto, sentido junto, em cada encontro. Que pode escutar poesia, como aparece em Lacan, "para que se faça ouvir uma polifonia e se veja que todo o discurso se alinha nas várias pautas de uma partitura" (apud Vital Brazil, 1992, p. 25). E por fim, ou recomeço, pensar em processos de cuidado e cura para pessoas negras também é não perder de vista e dos sentidos as palavras de Veiga sobre o paradoxo da clínica com pessoas negras: "o impossível fim do racismo e o impossível de sermos totalmente capturados por ele" (2021, p. 28).

Assim, compartilho uma poesia que escrevi em uma das aulas do curso de psicossomática psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae, nesse percurso da poesia como recurso também para o analista negro:

 

Poesia sem título

Entre o ninar

E ser ninado

Entre o olhar

E se sentir olhado

 

O afeto

Entre o gesto e o nome

"A arte da escuta poder acolher"

O corpo como meio de libidinização de outro corpo

Debulhando as resistências

E as marcas deixadas pelo outro

 

"Escutar os barulhos internos do sujeito"

Ouvir com paciência

Atenção

E presença

 

Não sabemos de onde vem o sintoma

Mas podemos criar sentidos

Um lugar

Abandonando as interpretações em massa

Conectando palavra ao corpo

Corpo palavra

Que fala

Somente

o que está

Ligado ao sentir

 

"Descobrir e recontar velhas histórias"

Repetir e elaborar

Repetir de novo

 

(Dar lugar ao novo)[1]

 

Minha aposta é o resgate e testemunho da ancestralidade de pessoas negras, do aquilombamento, apoiadas em recursos como nossas escrevivências e nossa poesia. E que no corpo-encontro da relação da dupla, no vínculo e na arte, na descolonização entre analista e analisando, possa devir uma clínica de pertencimento, memória e futuros. Como canta o rapper Emicida: "Xô devolver o orgulho do gueto. E dar outro sentido pra frase: Tinha que ser preto".[2]


 


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ano - Nº 6 - 2024
publicação: 12-12-2024
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Autor(es)
• Letícia Gonçalves da Silva
Departamento de Psicossomática Psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae


Psicóloga clínica e poeta. Cursando Especialização em Psicossomática Psicanalítica no Instituto Sedes Sapientiae. Atua pela ótica da psicanálise com foco nas relações sociais, culturais e de saúde mental da população negra. Cursou Ética, Práticas Intersetoriais de Cuidado e Relações Raciais no Instituto Amma Psique e Negritude. Atuou na Roda Terapêutica das Pretas. Faz parte do Núcleo de Arte e Cultura da Casa de Marias. E-mail:leticia_psi@outlook.com

Notas

[1] Poesia que escrevi após a leitura do texto "Implicações clínicas e metodológicas", do livro O corpo, de Maria Helena Fernandes.

[2] Trecho da música "Beira da piscina", do rapper Emicida, do álbum Emicídio

Referências bibliográficas

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ANZALDÚA, G. A vulva é uma ferida aberta & outros ensaios. Rio de Janeiro: A Bolha, 2021.

BARROS, M. Menino do mato. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

BENTO, C. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

DUARTE, C. L.; NUNES, I. R. (Orgs.). Escrevivência, a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.

EVARISTO, C. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2021.

FERENCZI, S. (1929). A criança mal acolhida e sua pulsão de morte. In: Obras completas. São Paulo: Martins Fontes, 1992. v. IV.

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FERNANDES, M. H. Corpo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. (Coleção Clínica Psicanalítica).

FONTES, I. Memória corporal e transferência, fundamentos para uma psicanálise do sensível. 2. ed. Rio de Janeiro: INM Editora, 2021.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População por cor ou raça. 2022. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/. Acesso em: 1 maio 2024.

MCDOUGALL, J. A contratransferência e a comunicação primitiva. In: MCDOUGALL, J. Em defesa de uma certa anormalidade: teoria e clínica psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

NOGUEIRA, I. B. A cor do inconsciente: significações do corpo negro. São Paulo: Perspectiva, 2021.

VEIGA, L. M. Clínica do impossível: Linhas de fuga e de cura. Rio de Janeiro: Telha, 2021.

VITAL BRAZIL, H. Dois ensaios entre psicanálise e literatura. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

 

 


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