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Evento - 25 anos de Percurso - André Green: Diálogos

 

INSCRIÇÕES ENCERRADAS

 

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- Site da Revista

 

A Revista Percurso - publicação do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae - celebra vinte e cinco anos de trabalho desde o seu lançamento em outubro de 1988. Nesse período, consolidou-se como uma das principais revistas de Psicanálise do Brasil, reconhecida tanto por sua qualidade científica e literária quanto por sua excelência e rigor. Voltada para o avanço do conhecimento teórico e clínico da psicanálise e o intercâmbio com campos afins do conhecimento, Percurso tem pautado sua linha editorial com a preocupação de promover contribuições inovadoras de diferentes correntes da psicanálise - através de analistas do Departamento de Psicanálise e de outras instituições brasileiras e estrangeiras  - com o intuito de estimular o debate crítico recusando o dogmatismo e o reducionismo.

 

Para comemorar este quarto de século Percurso e o Departamento de Psicanálise convidam para o encontro André Green: Diálogos, uma oportunidade para se conhecer e debater contribuições  significativas deste psicanalista recém-falecido, homenageado em seu número 49/50. 

 

A obra de André Green (1927-2012) ocupa uma posição de destaque no panorama psicanalítico contemporâneo. Ao articular, de maneira fértil e criativa, a metapsicologia freudiana com o pensamento de autores tão diversos como Lacan, Melanie Klein, Bion e Winnicott, transpôs  as fronteiras dos grupos e espaços institucionais psicanalíticos, contribuindo para uma visão pluralista e pós-escolas que caracteriza a psicanálise dos nossos dias. Instigado pela clínica de pacientes não neuróticos, Green abordou a teoria pulsional/representacional juntamente com as teorias das relações objetais de modo a abarcar a complexidade do objeto psicanalítico. Casos-limite, borderline, narcisismo negativo, psicose branca,  mãe  morta são alguns dos temas ou conceitos trabalhados por ele, de maneira  inovadora, sempre com rigor ético e teórico, que muito contribuíram para o avanço do pensamento da clínica psicanalítica.

Sua extensa obra destaca-se pela diversidade dos temas tratados e constitui  leitura obrigatória  na formação de um psicanalista, assim como no estudo acadêmico sobre a psicanálise.

Neste evento, contaremos com a exibição de um vídeo intitulado "O percurso de Andre Green" realizado em maio de 2011, em Paris,  e com a contribuição de alguns autores importantes no cenário psicanalítico, contribuições abaixo resumidas.

Apresentação do vídeo/entrevista: Trajetória de André Green, por Fernando Urribarri e Renato Mezan.

Renato Mezan: 25 anos de Percurso: Revista de Psicanálise
A obra de André Green no cenário psicanalítico francês
A partir do número especial sobre André Green,  será feita uma breve análise do trajeto da revista desde a sua criação, com ênfase em alguns temas tratados com frequência nas suas páginas, destacando o contexto da psicanalise francesa na qual a obra de Andre Green encontra suas raízes.

Luís Claudio Figueiredo: André Green: criatividade e intransigência
A intransigência sem a criatividade torna-se dogmatismo petrificado e resistencial. A criatividade sem a intransigência torna-se mera deriva ao léu. André Green mantém-se numa intransigência exemplar em relação ao método psicanalítico de pesquisa clínica, cujos fundamentos foram lançados por Freud e estiveram presentes em todos os grandes pensadores da psicanálise. Mas é a partir do enraizamento nesta tradição que Green faz suas grandes contribuições metapsicológicas, psicopatológicas e técnicas que renovaram o pensamento psicanalítico nos últimos quarenta anos. Na intercessão destas duas posturas, Green é um dos que inauguram o que tenho chamando de era pós-escolas, atravessando os paradigmas excludentes que opunham pulsão e relações de objeto, trauma e fantasia, mundo interno (o intrapsíquico) e o plano da intersubjetividade. 

 
Apresentação do vídeo de Litza Green produzido por Ana Helena de Staal.
Litza Gutierres-Green - Psiquiatra e psicanalista, membro titular da Sociedade Psicanalítica de Paris e da Sociedade Suiça de Psicanálise.
Ana Helena de Staal - Psicanalista, Membro da Sociedade de Psicanálise Freudiana (SPF) é também tradutora e Editora. Foi editora da Revue Chimeres fundada por Giles Deleuze e Felix Guatttari. Atualmente dirige a coleção "Pshychanalyse" na Editions d'Itaque. Especialista em teorias psicanalíticas de língua inglesa, traduziu para o francês numerosos autores contemporâneos, entre os quais W.R.Bion, Christopher Bollas, Thomas Ogden, Martin Bergmann, Gregorio Kohon, Arnold Modell e Adam Philips. Com Litza Green e Fernando Urribarri divide a responsabilidade cientifica da edição das obras póstumas de André Green, publicadas em sua coleção. Nascida em São Paulo, vive e trabalha em Paris .

Fernando Urribarri: André Green: da clínica atual ao projeto de um paradigma contemporâneo

A extensa obra de Andre Green será abordada a partir de um duplo ponto de vista. Em primeiro lugar seguindo sua investigação pessoal, centrada na clínica dos limites da analisibilidade, apresentando suas principais conceituações teóricas e técnicas. Em segundo lugar desenvolvendo seus aportes e "idéias diretrizes" para superar a crise da psicanálise mediante um projeto, necessariamente coletivo, de um novo paradigma psicanalítico contemporâneo: freudiano, pluralista, estendido, complexo, cosmopolita.


Silvia Leonor Alonso: "Bons encontros" com o pensamento de André Green

Ao longo do meu percurso como analista, no trabalho de pensar a clínica e de construir a escrita, me deparei em diversos momentos com conceitos de André Green que me foram extremamente fecundos. Na minha fala, farei uma reflexão sobre alguns desses momentos e conceitos do autor que serviram-me para ampliar o pensamento clínico.

 

Talya S. Candi : O conceito de limite , sua origem e sua conseqüência para o pensamento clinico contemporâneo.

Propomos no marco deste trabalho apresentar o conceito metapsicologico de limite  e mostrar como André Green desenvolve este conceito para idealizar um modelo de funcionamento paradigmático das formações psíquicas . A própria concepção do aparelho psíquico pode ser vista a partir da referência ao limite, pois a funcionalidade do aparelho, a sua capacidade de se movimentar, reside em duas áreas fronteiriças. A primeira área permite a delimitação e a comunicação   entre o mundo de dentro e o mundo de fora, e a segunda (que pode ser comparada ao pré-consciente) serve de barreira de contato/separação  e de comunicação  entre os conteúdos conscientes e inconscientes, funcionando como um filtro , uma pele psíquica para a vida da fantasia e do sonho , na interseção destes dois eixos encontram-se os processos de pensamento.

 

Christian Dunker: Negatividade em Green e Lacan

Mais além da crítica de Green ao lugar dos afetos na teoria de Lacan examinaremos a concepção de negatividade nos dois psicanalistas.

 

Decio Gurfinkel: Green e a psicanálise do fronteiriço

O objetivo da comunicação é apresentar um panorama da contribuição de André Green para a psicanálise do fronteiriço. Green sugeriu que um novo modo de pensar a psicanálise emergiu a partir do momento em que a problemática clínica do fronteiriço se apresentou na história da psicanálise; para além de um novo quadro clínico descrito, tratava-se de um novo conceito: o conceito do fronteiriço. Aqui, o "limite" passou a ser enfocado como uma problemática central, e a dissociação e o vazio de sentido se tornaram seus elementos distintivos mais característicos. Do ponto de vista histórico, podemos reconhecer estas proposições de Green como uma extensão do eixo histórico-conceitual que vai de Freud a Winnicott.

 

Octavio Souza: Os processos de simbolização e os objetivos da análise em Green e Lacan

Os processos de simbolização são concebidos por Green nos termos de sua teoria geral da representação e da heterogeneidade do significante, assim como de sua teoria do enquadramento da alucinação negativa e do duplo reviramento. As consequências desta concepção para a prática clínica implicam em que os objetivos do tratamento analítico podem, ou devem, ser pensados regionalmente, referidos à diversidade dos níveis dos processos de simbolização. O trabalho a ser apresentado buscará abordar este tópico dos objetivos da análise, através da comparação da perspectiva de Green, assim delineada, com a perspectiva de Lacan, tal como elaborada ao longo de seu ensino, desde o momento em que sua concepção dos processos de simbolização tinha a castração como referência central, até o momento em que esta última é integrada no quadro mais amplo dos processos de nodulação e de desnodulação das instâncias do real, do simbólico e do imaginário.


 

   
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