31 de agosto e 1 de setembro de 2012
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Trabalhos

O indizível: a revivescência da rejeição materna

Cassandra Pereira França
Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP; Professora Associada de Departamento de Psicologia da UFMG; Professora do Mestrado em Psicologia da UFMG; Coordenadora do Curso de Especialização em Teoria Psicanalítica da UFMG.

Resumo

Na constituição do setting analítico sabemos que a transferência dos pais é responsável pela sustentação da transferência da criança, no entanto, a fim de quebrar esse paradigma clínico, pretendo apresentar para debate um caso em que a própria criança, mesmo não tendo suporte adequado dos pais, incumbe-se de fazer o contrato analítico e de estabelecer um forte vínculo transferencial. Algo tão inusitado e que somente poderia ser esclarecido ao longo do trabalho, ilustrava a “orfandade”psíquica dessa criança. As representações pré-verbais das angustiantes vivências de rejeição por parte dos objetos primários, abrem espaço para acompanharmos o manejo técnico que foi, gradativamente, permitindo que o material clínico encontrasse vias de simbolização e verbalização fundamentais para a constituição psíquica dessa criança.