EQUIPE DO BOLETIM ONLINE
Desde o final de outubro vem acontecendo uma troca de e-mails em rede, abordando um assunto sério que deve mobilizar a comunidade psicanalítica. Em questão, a saúde de bebês e crianças muito jovens identificados como autistas com base em laudo médico de especialista em neurologia ou psiquiatria, aos quais a Secretaria do Estado da Saúde pretende oferecer exclusivamente avaliação e tratamento psicológico na abordagem cognitivo-comportamental, a partir do credenciamento de instituições que tenham esta especialidade (métodos PECS, ABA, TEACCH) e estejam interessadas em participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde.
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Primeiramente, a proposta de uma única via de tratamento psicoterapêutico imposta à população gera séria preocupação no que se refere às políticas públicas na área da Saúde, Educação e primeira infância. Além deste fato, sabemos da complexidade das discussões e descobertas atuais sobre os Autismos, assim como sabemos que a Psicanálise - enquanto campo teórico, clínico e de pesquisa - vem trabalhando seriamente nessa área e com importantes avanços na linha da detecção e intervenção precoce, ao mesmo tempo que mantém o cuidado ético de não aprisionar a hipótese diagnóstica inicial em um prognóstico fechado.
O espaço das próximas edições do nosso jornal digital está aberto às novas informações que venham a surgir a partir dos diversos âmbitos institucionais, assim como às manifestações dos colegas interessados nesta discussão, sobre a qual certamente há muito o que dizer com base nos temas envolvidos: psicanálise com crianças, autismos, ato médico, saúde pública, políticas da psicanálise e assim por diante.