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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    32 Novembro 2014  
 
 
EDITORIAL

EDITORIAL


 

Felizes com o recente lançamento da edição 31 do Boletim Online - comemorativa de nossos 7 anos de existência - é com emoção que, neste novembro de 2014, apresentamos aos leitores nossa caprichada edição 32. Pensamos que ela oportunamente inscreve, em ato cotidiano, o que o trabalho decantado em torno da Escrita e Circulação pôde sintetizar no número anterior.

Há aqui presença da comunidade: clara fluência e sóbria irreverência marcaram nossas comunicações com Mara Caffé, Janete Frochtengarten, Cida Aidar, Miriam Chnaiderman e Anna Mehoudar na construção de significativos registros do que a psicanálise tem a dizer aos 50 anos da Ditadura Civil Militar. Comunidade psicanalítica evocada por Paulo Endo, ao sublinhar que é em nome dela que nos permitimos tomar parte no trabalho da cultura e ao mesmo tempo preservar silêncio e sigilo próprios à nossa função clínica.

Retratos de trabalhos do Departamento se atualizam no dizer de Rodrigo Blum sobre as Entrelinhas, na reportagem do grupo do projeto A/B em torno de sua presença no Congresso de Psicopatologia Fundamental, assim como nas boas vindas às colegas Milena David Narchi e Márcia Ramos, repercutidas no comentário de Elcio Gonçalves. Relatos de incursões de Mario Eduardo Costa Pereira, Tiago Matheus, Renata Cromberg e de João Rodrigo Oliveira e Silva atualizam nosso olhar ao que se passa no campo psicanalítico e em suas interfaces.

Nosso feixe divergente recolhe ainda o escrito de André Teixeira em Brasília assim como as imagens e palavras partilhadas entre Fernando Vilela, Adriana Barbosa Pereira e Sílvia Nogueira de Carvalho, a reiterarem o interdito da violência. As formas da arte - refletidas nos escritos de Nayra Ganhito e de Sergio Telles, mas também reencontradas em cada exposição gratuita da cidade a que acorrem multiplicidades humanas - nos animam nessa lida com a dimensão política da inquietante pergunta, que também hoje nos orienta: o que fazer?

De nossa caligrafia advém, desta vez, um segundo editorial – o escrito intitulado Tanto mar – derivado da urgência de processar coletivamente os ruídos ao redor de nossa vida cidadã.

Por uma política do cotidiano. Aquela em que a ternura responda à violência vivida, conforme propôs André Gorz: “A violência, com efeito, fundamentalmente, é uma relação ao corpo. A coisa fica imediatamente clara se nomeamos aquilo de que a violência é o negativo: ela é o negativo da ternura. A ternura é uma relação ao corpo de outrem tratado como corpo sensível para exaltar a sensibilidade e o gozo que tem de si próprio; esta relação ao corpo do outro implica necessariamente a exaltação de minha própria sensibilidade”...

Pelas constantes metamorfoses em nosso trabalho comum. Pois delas resultaram as borboletas usadas pelo artista quando coisa para renovar o homem (Manoel de Barros, 1916-2014).

Com nossos votos de um tranquilo final de ano,

Com abraços da

Equipe editorial
Cristina Barczinski, Elaine Armênio, Maria Carolina Accioly, Mario Pablo Fuks,
Nayra Ganhito e Sílvia Nogueira de Carvalho




 
 
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