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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    32 Novembro 2014  
 
 
O MUNDO, HOJE

SOBRE A 5a CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE PSICOLOGIA COMUNITÁRIA


 TIAGO CORBISIER MATHEUS[1]


No início de setembro tivemos a oportunidade de participar da 5a Conferência Internacional de Psicologia Comunitária, compondo uma mesa sobre Juventude na periferia da cidade e políticas públicas, com demais pesquisadores da USP e Universidade Paulista que também trabalham com este tema. Nesta mesa pudemos apresentar a pesquisa que estamos realizando no Centro de Estudos de Administração Pública e Governo (CEAPG), locado na Fundação Getúlio Vargas, sobre Vulnerabilidade social e laços de solidariedade entre jovens moradores do Jardim Ângela e Jardim São Luís. Este trabalho faz parte da pesquisa sobre vulnerabilidade no distrito de M’Boi Mirim, que tem o intuito de aproximar a academia de questões locais, articulando universos concomitantemente tão próximos e tão distantes. Vale dizer que o Centro completa este ano 25 anos de pesquisa e trabalho no campo das políticas públicas e ação social, buscando promover o desenvolvimento local e privilegiando a pesquisa-ação, que visa contribuir com o universo pesquisado a partir do próprio método de pesquisa.  

Na Conferência, além de podermos trocar experiências com colegas que trabalham neste campo de pesquisa, cada qual com seu recorte específico – Fazendo arte na instituição de coletivos de crianças e adolescentes: a expressão de histórias e desejos comuns no enfrentamento da exclusão e do sofrimento social (UNIP); O reconhecimento da juventude na periferia: entre o consumo e os direitos (USP) -, pudemos entrar em contato com a diversidade de experiências atualmente realizadas em diferentes partes do globo por sujeitos e grupos que, a partir da perspectiva da psicologia social e comunitária, promovem o empoderamento de comunidades e da ação cidadã – no fortalecimento de redes de relações sociais, no protagonismo social e juvenil de segmentos sociais desfavorecidos, no atendimento a segmentos vulneráveis, na reflexão em torno de estratégias de políticas públicas desenvolvidas por agentes sociais ou representantes de poder público ou ainda outras vertentes.

Considerando os diferentes perfis dos profissionais e de seus momentos de formação acadêmica e experiência de atuação social, imperava entre os trabalhos apresentados e discussões realizadas um ideal de transformação social, o cultivo de um ideal utópico que dá lastro e sustentação para o enfrentamento de desafios no campo social. Foi gratificante encontrar tantos e diversos interlocutores comprometidos com a escuta da questão pública e com o desafio da ação social. Acreditamos que a psicanálise pode neste espaço tanto contribuir com o exercício da escuta dos sinais pouco usuais que retornam no campo social, quanto se beneficiar da interlocução com outros saberes que venham oferecer recursos para a compreensão dos fenômenos sociais que emergem na cena urbana.

 

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[1] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, mestre e doutor em Psicologia Social pela PUC-SP, compõe o colegiado do CEAPG.

 

 




 
 
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