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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    34 Junho 2015  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

NOVOS GRUPOS DE TRABALHO NO DEPARTAMENTO DE PSICANÁLISE

GRUPO DE TRABALHO E PESQUISA: FACES DO TRAUMÁTICO


MYRIAM UCHITEL[1]


O grupo Faces do traumático, funcionando desde março de 2014, tem como proposta o aprofundamento do conceito de trauma nas suas vertentes teórico- clínicas, com o intuito de compreender e, se for possível, intervir no fenômeno traumático nas suas múltiplas expressões.

Quando Freud, em 1920, se pergunta se é possível compatibilizar o princípio do prazer, reitor da dinâmica psíquica, com experiências repetitivas desprazerosas como, por exemplo os sonhos traumáticos, certas brincadeiras infantis, a repetição sofrida dos mesmos destinos e a reação terapêutica negativa, ele postula um além do princípio do prazer. Aprofunda, assim, ideias sobre o trauma, sobre a neurose traumática, sobre a compulsão à repetição e sobre o masoquismo que permitem culminar na formulação de uma nova dualidade pulsional – pulsões de vida e morte - e num novo modelo de funcionamento do aparelho psíquico, conhecido como segunda tópica.

Embora no árduo e expressivo trabalho que acompanha estas formulações, Freud saia de um impasse teórico, não chega a desenvolver claramente uma clínica correlata a estas teorizações, com o teor e a radicalidade que essas mudanças trouxeram para a metapsicologia. É possível pensar que naquela época, posterior a 1920 e nos começos da década de 30, coube a Ferenczi, amigo íntimo e discípulo dileto de Freud, a busca que tratará de encontrar, na escuta atenta para o traumático e para o irrepresentável, os indícios e os traços desta correspondência.

Anos mais tarde, em 1937, o próprio Freud retoma, especialmente em dois de seus últimos textos - Análise terminável e interminável e Construções em análise, várias das questões que tinham ficado pendentes.

Voltando a nosso grupo, diremos que depois de um trabalho de meses de estudo de alguns textos avulsos relacionados com o tema, entramos mais recentemente, no início de 2015, na proposta de uma leitura detida dos textos freudianos onde o trauma aparece de forma destacada, acompanhando assim as vicissitudes às quais foi submetido o conceito, numa trajetória marcada por inclusões, exclusões e re-inclusões. Os passos seguintes irão se delineando em função da preocupação com a metapsicologia do trauma, com o estudo desta problemática em outros autores e com a pesquisa sobre as condições de se viabilizar um trabalho efetivo com o trauma.

O Grupo se reúne semanalmente às 6as feiras das 13h30 às 15h15min. Está integrado por 15 colegas: Camila Munhoz, Clarissa Motta, Cristiane Lopes, Eugênio Canesin Dal Molin, Evelyse Freitas, Fabiana Benetti, Flávia Steuer, Inês Tassinari, Julia Catani, Luciano Bregalanti, Maria Angelina Guimarães Cabral, Marina Singer, Myriam Uchitel (coordenadora), Maria Lucia de Souza Campos Paiva e Tânia Veríssimo.



GRUPO DE LEITURA – ESTUDOS SOBRE A OBRA DE WINNICOTT



GRUPO DE WINNICOTT



A partir do desejo de alguns aspirantes a membro do Departamento de Psicanálise de estudar a obra do psicanalista inglês Donald Winnicott surgiu a ideia de formar um grupo de leitura. Em princípio, o grupo aconteceria fora do Instituto Sedes, entretanto, após frequentar algumas reuniões na Incubadora de Ideias percebeu-se que haveria a possibilidade do grupo pertencer ao próprio Departamento de Psicanálise. Começaram a aparecer, então, mais interessados.

O projeto tem como norte estudar as contribuições winnicottianas a partir de suas ideias fundamentais, como a preocupação materna primária, o falso self, a mãe suficientemente boa, os fenômenos transicionais, a importância da criatividade e do brincar, entre outros. Além disso, também é objetivo do grupo estabelecer um paralelo com alguns conceitos do pensamento freudiano (fantasia, pulsão de morte, complexo de Édipo etc.).

O grupo partiu de duas referências bibliográficas iniciais para definir seu trajeto: o livro Winnicott de Adam Phillips (Editora Ideias&Letras) e o artigo de Jan Abram Donald Woods Winnicott: uma introdução breve[2].

O grupo funciona de maneira horizontal e gratuita e se reúne toda última sexta-feira de cada mês, das 13h às 15h, no Instituto Sedes Sapientiae. O número de participantes é de dezessete pessoas, sendo que encontra-se temporariamente fechado para novos integrantes. O primeiro encontro foi realizado em março desse ano. Renata Udler Cromberg é a responsável pela interlocução com o Departamento de Psicanálise.

Integrantes: Ana Carolina Cais Ferrari (externo), Angélica L. Takushi Sanda (aspirante), Anna Mehoudar (membro), Cristiane Curi Abud (membro), Fernanda Borges (aspirante), Fernanda Ramos (externo), Janaína Namba (aspirante), Loredana Barale (aspirante), Márcia Bozon (membro), Olivia Pala Falavina (aspirante), Patricia Fraia Tsukamoto (externo), Renata Udler Cromberg (membro), Ricardo Gomides (aspirante), Roberto Villaboim (membro), Selma Atti Ricci (aspirante), Vânia Paschotto (aspirante), Vilma Arantes (membro).



BLOG DO DEPARTAMENTO, MAIS UM CANAL DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO



EQUIPE DO BLOG[3]



A ideia de criar um blog para o Departamento de Psicanálise surgiu na Incubadora de Ideias em 2014. Naquele momento, as discussões na Incubadora giravam em torno tanto de dúvidas quanto de curiosidade que os próprios membros e aspirantes a membro tinham sobre o funcionamento do Departamento e sobre seus grupos de trabalho. O Departamento é vasto e plural e tem experiências interessantes e diversificadas, como se constatou a partir do evento Entretantos, ocorrido em março do ano passado. No entanto, naquele momento, pelas discussões na Incubadora, tinha-se a impressão que muitos membros do Departamento desconheciam estes campos de trabalho, assim como os interesses, estudos e pesquisas que seus membros desenvolviam.

Nesse contexto político-institucional e a partir de experiências pregressas de trabalho relacionadas à gestão do conhecimento em coletivos, surgiu a ideia da criação de um meio de comunicação que facilitasse e permitisse a circulação e divulgação destes espaços dentro do Departamento, mas também fora dele. O blog nos pareceu constituir-se em uma ferramenta interessante por ser uma página na internet na qual podem ser publicados conteúdos como textos, imagens ou vídeos sobre determinados temas, postagens estas que devem ser curtas e sucintas. Trata-se, portanto de uma forma de comunicação mais ágil, que se utiliza de uma linguagem mais informal e mais acessível, transmitida de forma gradual, em pequenas doses.

Além disso, um blog, assim como outras ferramentas da internet (facebook, twitter etc.), pode ser seguido pelo seu público e cada novo post pode ser acompanhado no momento de sua publicação. A versatilidade dos conteúdos de um blog, a possibilidade de segui-lo, sua linguagem breve e coloquial e as informações dadas de forma gradual pareceu-nos adequada aos nossos propósitos.

Assim nasceu o do Departamento com a tarefa de propiciar o reconhecimento do trabalho realizado pelos membros e aspirantes a membro e, ao mesmo, tempo divulgar o Departamento para a comunidade, suas produções e atividades coletivas ou singulares realizadas por grupos de trabalho ou de pesquisa. Uma ferramenta de uso comunitário, de troca, de todos e para todos. Queremos reiterar o convite a todos para que contribuam enviando-nos conteúdos que lhes pareçam interessantes para serem compartilhados, já que a equipe do Blog tem como função prioritária receber, formatar, organizar, postar e divulgar através do Entremembros (público interno) e do Facebook (público externo) estas informações.

Conheçam o Blog do departamento:
www.departamentodepsicanalise.blogspot.com.br


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[1]Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, professora do Curso de Psicanálise, coordenadora do grupo de trabalho e pesquisa Faces do traumático.



[2]Livro Anual de Psicanálise (2010), XXIV, 215-243.



[3]Gisela Haddad, Flávio Carvalho Ferraz, Noemi Moritz Kon, Fernanda Borges, Iandara Uchôa, Olivia Pala Falavina.




 
 
Departamento de Psicanálise - Sedes Sapientiae
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