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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    35 Agosto 2015  
 
 
NOTÍCIAS DO SEDES

CONVERSANDO COM PAIS DE CRIANÇAS AUTISTAS


MIRA WAJNTAL [1]



Evento que contou com a organização dos Departamentos de Psicanálise, Psicanálise da Criança, da Clínica Psicológica, dos Cursos de Psicossomática e de Saúde Mental e Reforma Psiquiátrica: Clínica e Política na transformação das práticas, do Instituto Sedes Sapientiae, marcando nossas “interdisciplinaridades” e interesses em comum, surgiu em torno do lançamento do curta-metragem O Silêncio que Fala, de Miriam Chnaiderman, produzido pelo MPASP.

Além desta característica de congregar diversas instâncias do Instituto, o encontro se pautou na linha da frente do Grupo de Trabalho 9 (G9) do MPASP. Dentre as inúmeras atividades que o Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública vem levando, o G9 trabalha a partir do reconhecimento da grande necessidade dos psicanalistas travarem um diálogo com os pais das crianças portadoras de autismo, principalmente na tentativa de desfazer a imagem equivocada de que a psicanálise imputa culpa aos pais ou que a mesma não se compromete com resultados de seus tratamentos.

Estes equívocos vêm motivando algumas associações de pais de crianças portadoras de autismo e alguns centros de formação médica a tentarem impedir que os psicanalistas possam atender estas crianças, buscando, inclusive, regimentar leis com esta garantia – o que motivou a organização do MPASP.

Tomando como uma das tarefas a de dissolver esta imagem, idealizou-se o curta-metragem, para divulgar de forma acessível a eficácia e a posição da psicanálise e, também, propiciar uma imagem mais positiva e continente do nosso ofício. O diálogo com os pais é um importante caminho para o sucesso desta clínica, na medida em que é uma aproximação de quem realmente traz o filho e precisa de continência diante da dificuldade de ter uma criança portadora de autismo.

Após a abertura com Adela Stoppel e Claudia Justi Monti Schönberger, Miriam Chnaiderman fez um relato sobre a experiência de ter produzido um filme a partir de uma coletividade tão grande como a do Movimento, assistimos a projeção do filme e tivemos a oportunidade de ouvir quatro emocionantes relatos de pais sobre a experiência de vida e tratamento de seus filhos. Ouvimos sobre o caminho que trilharam até conseguir um atendimento, os impressionantes acasos que levaram um casal a entrar em um CAPS Infantil, sem nem saber da existência do serviço. Falaram da dificuldade de encontrar uma escola adequada para o filho, da falta de continência destas instituições e do despreparo da sociedade para acolher estas crianças. Falaram, ainda, da efetiva gratidão pelo atendimento recebido.

Antes do debate, Marcia Ramos e Mira Wajntal trouxeram a experiência de trabalhar em um CAPS Infantil com um conselho gestor atuante e discorreram sobre as questões inerentes, quando terapeutas e pais se vêem colocados no lugar de cidadãos nestes conselhos.

Encerramos a noite com o acalorado e emocionante debate entre pais e profissionais.




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[1]Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.




 
 
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