Na tarde da sexta, dia 23 de outubro tivemos a apresentação pública de Sylvia Fernandes. Foi uma bela apresentação.

Começou com a Ana Leal contando sobre a Sylvia e seu percurso na Psicanálise, relatando aspectos do seu dossiê que falam da sua paixão e interesse pela arte com trechos de poemas de Manoel de Barros. A colega tem textos publicados e muitos versam sobre psicanálise e arte. É coordenadora de equipe clínica no Sedes.

Sylvia fez o relato do caso clínico. Um caso difícil que fala de limites: de se sustentar em pé, de dificuldades com a excitação que extrapola e rompe o campo do jogo. Um caso onde há lugares no psiquismo de pobreza do simbólico e a associação livre nem sempre acontece.

Ela relatou como vem conduzindo esta análise, apresentando uma atuação delicada, sensível e firme que tem possibilitado a este paciente um percurso analítico significativo.

Um caso clínico que apresenta vários momentos no limite do analisável, que requer várias estratégias analíticas. Sylvia conta que trabalha neste caso em quatro vias, quatro formas de abordagem: a construção em análise, a vivência na transferência de falhas fundamentais, a analista como suporte da sublimação e a adaptação do enquadre. Considera que em pacientes como este, que vive colapsos narcísicos, a associação livre só se sustenta quando o analista passa a pontuar o discurso do paciente com intervenções que possibilitam um fio verbal. E, ainda nesta análise, a presença do humor tem sido um recurso importante da analista.

O relato foi muito bem recebido pelos participantes, que gostaram muito da apresentação e o debate então foi interessante e intenso.

Em suma, foi o relato de uma análise onde a analista transita em limites estreitos, tal como uma malabarista. Uma análise que requer uma complexidade de estratégias analíticas e que desenham uma atuação que é uma verdadeira arte.

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[1]Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e integrante da equipe editorial deste Boletim.