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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    36 Novembro 2015  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

NOVO GRUPO DE LEITURA E PESQUISA NO DEPARTAMENTO: AS NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES


CÉLIA KLOURI[1]


Este novo grupo horizontal, proposto por mim, Célia Klouri, a partir da  Incubadora de Ideias, teve seu início em 18 de setembro de 2015 com encontros marcados quinzenalmente para as 6ªs feiras, no horário das 14h30 às 16h, no Instituto Sedes Sapientiae.

Em sua constituição inicial o grupo conta com os seguintes membros: Ana Maria Siqueira Leal, Célia Klouri, Maria Cristina Petry Barros Martinha, Maria Zilda Armond Di Giorgi, Marise B. Bastos, Rosangela Rodrigues Gouveia, Sandra Mara Grisi, Thereza Prado de Andrade Gomes, Therezinha Leopoldi; com a aspirante a membro Cleide Maria da Silva Vilas e as participantes externas Andrea Nosek Lengyel, Ariane Leal Montoro e Marília Campos Oliveira E. Telles.

Da metade do século passado para cá assistimos a grandes alterações no desenho familiar. Com o aumento do número de divórcios a partir dos anos 70/80 novas uniões surgiram. Nestas novas famílias temos pais, mães, padrastos, madrastas, filhos, enteados, irmãos, meio irmãos... ligados por novas formas de convívio, novas relações, novas tensões, novos conflitos.

As mudanças, no entanto, não pararam aí. Atualmente, uma das transformações  polêmicas na estrutura familiar é o casamento  homoafetivo. Homossexuais masculinos e femininos reivindicam a legalização da união homoafetiva através do casamento, assim como o direito à paternidade e à maternidade. Em decorrência disso, surgiram novas opções reprodutivas, gerando mudanças nas relações de parentesco e do patronímico.

Temos presenciado ainda o aumento do número de famílias monoparentais e também multiparentais.

Ao abordar este tema das novas configurações familiares constatamos que sua amplitude abarca muito além de uma questão social do momento histórico em que vivemos. De fato, as mudanças ocorridas na estrutura familiar nos põem em contato com diferentes áreas do conhecimento como a Antropologia, Educação, Direito, Medicina, entre outras e desta forma pode gerar interlocuções entre os diversos profissionais, enriquecendo e aumentando a compreensão do tema.

Nosso grupo, que ainda está iniciando suas atividades através da leitura e discussão de textos, pretende estendê-las para estabelecer diálogos com profissionais da Educação e Direito de Família, inicialmente para conhecer situações do cotidiano de suas atividades quanto às questões das novas famílias. Além disso, pretendemos focalizar as questões de gênero que permeiam a constituição familiar, indo muito além do binarismo tradicional, sendo denominadas identidades não binárias.


São questões amplamente debatidas na atualidade e quanto às quais a Psicanálise pode ter muito a dizer, o que nos parece de interesse fundamental.


Leituras iniciais:


Em defesa da família tentacular - Maria Rita Kehl aborda a estrutura da família contemporânea que conta com diversos membros antes inexistentes, frutos de novos casamentos e aponta para novos conflitos em oposição à família nuclear moderna, idealizada culturalmente como o melhor lugar capaz de produzir um sujeito dito “normal”.

 

Novas Configurações Familiares: Mitos e Verdades - Paulo Roberto Ceccarelli nos trouxe questões sobre o estranhamento provocado pelo diferente e pela ameaça narcísica que essas novas organizações trazem à noção de família vigente na cultura ocidental. Aborda uma indagação sobre o que há de fundamental para que uma subjetivação ocorra, independente do arranjo familiar que acolhe o sujeito no mundo.

 

A família em desordem - Discussão a ser iniciada a respeito de como Elisabeth Roudinesco analisa a origem da desordem familiar e o futuro desta instituição, que acredita ser ainda o melhor lugar para o sujeito se constituir.

 

Família, parentalidade e época: um estudo psicanalítico – O livro de Daniela W. Teperman está previsto na sequência. Parentalidade é um neologismo que vem ganhando consistência nos últimos anos e tende a substituir o termo família. A autora aprofunda o estudo desse termo e assinala a disjunção, no século XX, entre conjugalidade e parentalidade.

 

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[1]Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Articuladora da Área de Clínica e Instituições no Conselho de Direção do Departamento, gestão 2015-2016.




 
 
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