PUBLICAÇÕES

    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    45 Abril 2018  
 
 
MAL-ESTAR NA CIDADE

DOSSIÊ MARIELLE PRESENTE!


EQUIPE EDITORIAL DO BOLETIM ONLINE


“Há instantes privilegiados em que um destino pessoal se dissolve no movimento da história. Nesses instantes, a formidável alquimia da história faz refulgir, com luz imperecível, o destino no qual toca”, escreveu meu avô, Hélio Pellegrino, sobre a morte do estudante Edson Luís, cujo velório aconteceu neste mesmo palácio, há exatos cinquenta anos, no mês de março. Mas estas palavras também poderiam ter sido escritas para Marielle.
Antonia Pellegrino



Se o assassinato de Marielle Franco foi imediatamente reconhecido como algo brutal, revoltante, inaceitável, como pudemos constatar na pronta mobilização das multidões que saíram às ruas espontaneamente, com pouca presença ou convocação de partidos e grupos organizados Brasil afora, é porque este ato também se perpetrou como algo que remete à ordem do obsceno. Mesmo no bojo do atual contexto, no qual instâncias e instituições que deveriam salvaguardar direitos e promover o bem-estar daqueles que supostamente representam escancaram hipocrisia e sarcasmo num nível desconcertante, tal ato, reverberado em infelizes declarações e comentários - seja de uma desembargadora, seja de anônimos das redes sociais, até o fato de que mais de 20 dias após nada resulte de concreto das alardeadas investigações policiais - representou um salto na ordem dos possíveis no quadro do presente estado de exceção do país.

Marielle exercia um ativismo extremamente potente e no entanto o fazia com alegria. Era bela em seu sorriso, nas saias, vestidos e turbantes que vestia; transpirava naturalmente sua sensualidade de mulher madura, dona de si e não oferecida como objeto, muito distante e talvez desafiadora em confronto com estereótipos circulantes. Tudo isto era inseparável de sua luta e de seu ativismo orgânico, de sua subjetividade forjada na Maré e de sua sede de compreender - seus estudos, seu mestrado - e de seu desejo de fazer - a sua aproximação da política institucional e seu precoce protagonismo neste campo, ali onde parecia deter uma noção da gravidade e da prioridade das situações aonde intervir. Eros andava com ela e isto também esteve certamente na mira de seus assassinos.

Nota pública do Instituto Sedes Sapientiae: Marielle Franco, presente! Em 16/03/2018: http://sedes.org.br/site/nota-publica-do-instituto-sedes-sapientiae-marielle-franco-presente/

Buba Aguiar no debate sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro. Em Precisamos agir e falar contra o fascismo de 12/03/2018: https://www.facebook.com/precisamosagirefalarcontraofascismo/videos/151675728839537/

Entrevista com Marielle Franco. Por Fernando Barcellos: https://www.facebook.com/fernanandobarcellos/videos/1206723412796469/

Assassinato de vereadora eleva pressão sobre intervenção. Por José Antonio Lima para DW em 15/03/2018: http://www.dw.com/pt-br/assassinato-de-vereadora-eleva-press%C3%A3o-sobre-interven%C3%A7%C3%A3o/a-42996068

Morte de Marielle pode mudar o País, assim como a do meu pai, diz Ivo Herzog. Por Marcella Fernandes no Huffpost em 16/03/2018: https://www.huffpostbrasil.com/2018/03/16/morte-de-marielle-pode-mudar-o-pais-assim-como-a-do-meu-pai-diz-ivo-herzog_a_23387707/

Marielle Franco / Portal Geledés: https://www.geledes.org.br/tag/marielle-franco/

Quem matou Eduardo, Matheus e Reginaldo? Por Leandro Demori, Bruna de Lara, Carolina Moura, Juliana Gonçalves e Yuri Eiras para The Intercept Brasil em 17/03/2018: https://theintercept.com/2018/03/17/essa-e-a-historia-dos-tres-crimes-que-marielle-franco-denunciou-antes-de-morrer/

Tá tudo dominado . Por Cecília Olliveira, Maria Isabel Couto, Renata Hirota e Sergio Spagnuolo para The Intercept Brasil em 05/04/2018: https://theintercept.com/2018/04/05/milicia-controle-rio-de-janeiro/

Tiros na democracia. Por Marcelo Freixo para o jornal O Globo em 06/04/2018: https://oglobo.globo.com/opiniao/tiros-na-democracia-22562107

Depois do atentado . Por Antonia Pellegrino para a revista Piauí, edição 39, abril de 2018: http://piaui.folha.uol.com.br/materia/depois-do-atentado/





 
 
Departamento de Psicanálise - Sedes Sapientiae
Rua Ministro Godoi, 1484 - 05015-900 - Perdizes - São Paulo - Tel:(11) 3866-2753
www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/