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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    46 Junho 2018  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

MARIA MARTINS BAPTISTA CASTANHEIRA E RENATA DE MAGALHÃES GASPAR ADMITIDAS COMO MEMBROS DO DEPARTAMENTO EM MAIO DE 2018



COMER: UM REFÚGIO PARA ANNE. SOBRE A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE MARIA MARTINS BAPTISTA CASTANHEIRA



ANA PATITUCCI [i]



Em sua primeira atividade como membro de nosso Departamento, Maria Martins Baptista Castanheira fez sua apresentação pública com o trabalho clínico Comer: um refúgio para Anne. Maria nos brindou com um interessante relato sobre uma paciente que sofria com os sintomas de compulsão alimentar, a qual atendeu, primeiro, em um ambulatório institucional e, posteriormente, em seu consultório. Pudemos, através de seu relato clínico, acompanhar como foi se desvelando, na transferência, que comer era um lugar de refúgio para a paciente, um modo de fazer frente aos inúmeros sofrimentos e dificuldades afetivas vividas na dinâmica familiar. A apresentação gerou uma rica discussão em torno de questões, tais como a mudança na transferência do atendimento institucional para o consultório; os deslocamentos subjetivos a partir do processo analítico, que possibilitou várias conquistas de Anne; o recurso da música e da composição na possibilidade de elaboração de suas compulsões e a importância da posição do analista, com sua escuta que acolhe o sofrimento.



A TRAVESSIA DE ALICE: DAS DORES DE UM FEMININO CRUCIFICADO AOS DESENLACES DO DEVIR MULHER. SOBRE A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE RENATA DE MAGALHÃES GASPAR



SOLANGE MARIA SANTOS OLIVEIRA [ii]



Por reconhecer no Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae “as insígnias de um lugar de referência e trocas, de trabalho e pesquisa”, Renata de Magalhães Gaspar compartilhou com todos nós o caso clínico:A travessia de Alice: das dores de um “feminino crucificado” aos desenlaces do devir mulher na sua apresentação pública.

Ao conduzir a escuta do feminino, as dores de Alice - que revelam uma cisão entre o corpo e os acontecimentos de sua vida - foram acolhidas pela analista como um possível sinal de vida. Desde as origens, Alice vivencia a “crucificação” do seu feminino por meio de insultos da mãe, pelo abuso que sofrera e sua denegação. O feminino martirizado no aprisionamento de um movimento religioso e em seu local de trabalho culminam na relação com o marido - ao qual se prende histericamente, engordando. E eis que a analisante faz sua travessia com reposicionamentos significativos na família, no trabalho e mesmo no casamento.

A discussão foi enriquecedora, marcada pelos matizes da delicadeza da analista em manter a escuta e a neutralidade na condução dessa análise.





[i] Psicanalista. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, representante da Comissão de Admissão no Conselho de Direção.

[ii] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, integrante de sua Comissão de Admissão.




 
 
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