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    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    50 Junho 2019  
 
 
NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO

SUSAN, JOÃO RODRIGO, LILIAN E EVELYSE SÃO OS MAIS NOVOS MEMBROS DO DEPARTAMENTO DE PSICANÁLISE


APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE SUSAN MASIJAH SENDYK



LILIANE DE B. V. G. MENDONÇA [i]



Tivemos, no dia 22 de março, a apresentação pública de Susan Masijah Sendyk.

Susan iniciou sua prática clínica no atendimento a pacientes hospitalizados e, posteriormente, na implantação de projeto de atendimento multidisciplinar a funcionários de um hospital. Essas experiências foram importantes na sua trajetória como psicanalista, optando por “se voltar para a história vivida, contada e metaforizada”.

Começou sua formação no Instituto Sedes pelo curso de Psicossomática Psicanalítica e no atendimento a pacientes da Clínica Psicológica. A aproximação com o Departamento de Psicanálise aconteceu através do curso de Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea, e no ano de 2007 entrou no Curso de Psicanálise.

Nesta apresentação, primeira atividade como membro do Departamento, Susan trouxe-nos a importância da aposta da analista na construção de ligações frente a um sujeito com funcionamento frágil, com movimentos de incorporação e pouca condição de reflexão.

Sobre o processo, relata que: “A cada sessão convido-a a tecer sua história procurando criar oportunidades através de pontuações, perguntas, para que ligações se tornem viáveis” procurando transformar o que parece pura angústia em palavras que possam adquirir sentidos.

A importância da escuta clínica, a presença do analista diante dos desafios, bem como a potência de um processo psicanalítico, sempre presentes em suas inquietações, foram o motor para o belo trabalho clínico apresentado.




APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE JOÃO RODRIGO OLIVEIRA E SILVA



MARIA CRISTINA PETRY BARROS MARTINHA [ii]



João Rodrigo fez sua graduação em Psicologia, mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e doutorado em Psicologia Clínica, sempre pela USP. Sua especialização em Psicanálise deu-se através do Departamento de Psicanálise deste Instituto Sedes Sapientiae.

Atua como psicanalista de adultos e adolescentes desde 1995 em consultório particular e, desde 2008, como supervisor clínico, somando 24 anos de dedicação à área.

Foi professor em diversas instituições, com destaque para o Departamento Reichiano deste Instituto, onde lecionou nos cursos de Introdução à clínica corporal reichiana (2004/2010) e Formação em clínica reichiana (2003/2012). Atualmente trabalha no GTEP do Departamento de Psicanálise.

Participou de algumas bancas de mestrado e tem diversos artigos publicados em periódicos, revistas e jornais; capítulos de livros, trabalhos publicados em anais de eventos, além das comunicações feitas nos eventos.

João conta-nos que chegou à Psicanálise tendo como ponto de partida sua análise pessoal, quando ainda na Faculdade de Psicologia, escolhida principalmente pelo fato da sua mãe ser psicóloga, caminho esse também trilhado mais tarde pelo pai e pela irmã. Da timidez característica passou a engajar-se no movimento estudantil, viajando por São Paulo e pelo Brasil presidindo assembleias na USP.

Propostas de intervenção de base fenomenológica e humanística lhe eram bastante interessantes. Considera Reich um autor central e determinante em sua formação analítica. Começou a Psicanálise lendo Reich e lendo Freud para entender Reich.

O caminho traçado por João é feito de bons encontros e frutíferas produções. Como expressou-se em seu Memorial, são muitas as camadas... Na recente data de 22 de março nos mostrou uma delas, contando como conduz um caso clínico intitulado Atravessados pela arrogância: história de um 1º tempo de análise. Através de uma linguagem coloquial, desenvolve um pensamento clínico nesse trabalho que é centrado na transferência.

Trata-se de um caso que envolveu um tipo de organização defensiva em torno daquilo que nomeia como arrogância e impermeabilidade de um paciente que chega, para um primeiro tempo de análise, dizendo já saber tudo sobre si e que estava ali apenas para compartilhar; podendo pouco se implicar na análise.

A discussão provocada em torno dessa apresentação apontou para o lugar do afeto na transferência, que faz um deslocamento que permite lidar com a defesa dada pelo “enrolador” e pela arrogância. Compartilhar versus enrolar: diferença de termos que muitas vezes se misturam na transferência. Destaque também foi dado à importância de um sonho inaugural da análise, de conteúdo persecutório, além da observação dos diferentes tempos de uma análise que remete aos tempos do Édipo. O atravessar juntos um período de intensa rivalidade, desconfiança e raiva condensados no modo arrogante de ser apontou para a possibilidade de outro tipo de vínculo nas relações.




A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE LILIAN CARBONE



DENISE MARIA CARDOSO CARDELLINI [iii]



Em 10/04/2019, ocorreu a apresentação pública de Lilian Madalena J. Carbone com o trabalho Sofrer Em Lá Menor, como parte do processo de pertencimento ao Departamento de Psicanálise.

Lilian mencionou, em seu memorial, que sua primeira graduação foi em biologia, e só mais tarde voltou a buscar um anseio de quando era adolescente e queria ser psicóloga. Passou a procurar grupos de estudos e instituições, como o Sedes Sapientiae, e escolheu o curso de Psicossomática Psicanalítica, se aproximando da Psicanálise. Em seguida, participou do Curso de Psicanálise, compartilhando grupos de trabalho do Departamento.

Agora, é uma analista que atende uma jovem intensa, que não encontrou continência no entorno familiar, mas que mostra recursos psíquicos para se erguer da dor e do desespero, através da arte. A analisanda se identificava com a avó materna: “tinha alma de artista” e tornou-se uma tatuadora de belos desenhos e, também, no seu corpo escrevia sua história tão marcada por eventos violentos. Reflete sobre o papel da arte e dos desenhos em sua vida.

Prossegue, tendo a analista que sustentar situações penosas, de riscos para sua vida e crises de asma. No processo analítico, a menina que ganhou um violoncelo de um vizinho segue compondo sua história, numa posição onde pode assegurar seu espaço e seu corpo.

Esse caso suscitou muita discussão entre os colegas, pois durante seu relato presenciamos uma analista encarnada, que reafirma através de seu trabalho clínico sua pertinência ao Departamento.




SOBRE A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DE EVELYSE STEFONI DE FREITAS CLAUSSE



ANA PATITUCCI [iv]


Na Apresentação Pública que coroou seu processo de pertinência ao nosso Departamento, Evelyse Clausse fez sua primeira atividade como membro. Ela nos proporcionou uma reflexão instigante em torno de seu trabalho clínico intitulado O tempo e a escuta. Trata-se de um belo relato sobre o atendimento de um paciente de 101 anos de idade, que lhe foi encaminhada por ter medo de retomar suas atividades fora de casa, após uma cirurgia de fratura de fêmur. Evelyse colocou em discussão como é atender uma pessoa de idade avançada: os desafios que esse atendimento suscita; se é ou não análise; como se dá a escuta do analista; a importância da escuta e da transferência, de sustentar a vida quando a morte está à espreita; a resistência do analista, pela proximidade da morte real do paciente; a importância da angústia na contratransferência, para colocar em movimento significantes que permeavam a longa história do paciente. A analista nos proporcionou uma discussão rica, que deu a ver a potencialidade da psicanálise e da escuta analítica em guardar a vida, em sustentar a extensão do tempo.



[i] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

[ii] Psicóloga, psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise e articuladora da área de Relações Internas no Conselho de Direção deste Departamento.

[iii] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e de sua Comissão de Admissão.

[iv] Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.




 
 
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