Notas

Comentários

Esse grupo revela a significativa presença de pretos entre os pacientes e funcionários de menor remuneração, assim como uma ausência quase total de pretos dentre os alunos, professores e funcionários nos diversos cargos da instituição, condição de possibilidade para o letramento da subjetividade preta, para desnaturalizar a branquitude e, portanto, para tomada de posições verdadeiramente anti-racistas. Mas também, fundamentalmente interroga: o que a psicanálise tem a ver com essa questão? Como pode contribuir?

Continue lendo o instigante comentário de Marcia Porto Ferreira, sobre a política de cotas do Instituto, acessando aqui.

Apresentação do Departamento de Psicanálise com Crianças

Temos a seguir, uma espécie de fotografia atual do Departamento. Estão aqui nossos espaços de transmissão, um pouco da nossa história, as escritas dos nossos alunos que concluíram o curso de especialização, nossas pesquisas e nossos grupos de trabalho, os canais de interlocução com os colegas, que nos permitem as trocas internas e externas, nas nossas jornadas, boletins, colóquios, no nosso site e nos nossos perfis nas mídias sociais. Somos plurais, e guardamos essa multiplicidade não somente nos temas que instigam nossos grupos de trabalho e de pesquisa, mas também na manutenção da diversidade em nossa transmissão, para que ela contemple diferentes linhas e autores significativos dentro do campo da Psicanálise com Crianças.

São 25 anos de Departamento; somos hoje, aproximadamente, 150 membros; temos 28 alunos cursando o Psicanálise com Crianças; são 4 cursos de extensão e 1 de especialização; 13 professores pertencentes ao curso Psicanálise com Crianças; 15 professores ligados aos cursos de extensão; já realizamos 5 Colóquios de Psicanálise com Crianças. Acesse aqui o regimento interno do Departamento.

A gestão 2021-2022 traz os seguintes nomes em suas coordenações:
Coordenação do Departamento: co-coordenação de Marcia Porto Ferreira e Adela Stoppel de Gueller
Setor Clínica e Pesquisa: Taisa Martinelli
Setor Eventos: Julia Eid
Setor Comunicação: co-coordenação de Vanessa Freitas e Alessandra Barbieri
Setor Extensão: Denise Monteiro
Setor Curso: Maria do Carmo Vidigal Meyer Dittmar
Secretaria da Coordenação Geral: Lia Rudge
Representante Nas: Lia Rudge

Conheça a estrutura do departamento aqui.

Role a página para saber mais sobre as ramificações do nosso grupamento.

Como analistas, estamos sempre em formação. A relação com o saber psicanalítico inclui momentos de aproximação solitária e compartilhada, do muito que já se construiu, em teoria e em prática, inclui a confecção permanente do se fazer analista e da produção analítica em nome próprio, inclui a troca com os colegas, inclui a insistência na própria análise. Nessa trajetória, entendemos que a transmissão em psicanálise não acontece de maneira retilínea, como mera aquisição de conteúdo, em uma espécie de via de mão única, que vai do professor ao aluno. Na verdade, a transmissão está presente em todos os espaços oferecidos pelo Departamento. No entanto, a formação oferecida em um grupamento que pertence a uma instituição, traz características específicas, organizada em cursos, com programas delimitados. Reunimos aqui, sob o título A Transmissão, os setores CURSO e EXTENSÃO, que abrigam os cursos oferecidos pelo Departamento.

O setor Curso é composto pelos professores do Psicanálise com Crianças, e desenvolve e coordena todas as atividades relativas ao curso de formação - o qual nem sempre teve esse nome, como conta a professora e coordenadora do Departamento, Lila, em um texto escrito para o Boletim, em uma edição de 2014. Encontramos também, nesta mesma edição, uma entrevista feita com a grande maioria dos professores, à época, na qual Maria, Lila, Marcia, Elsa, Magaly, Mazé, Mary, Ada e Adela conversaram vivamente sobre muitos assuntos em torno da contemporaneidade da clínica com crianças. A configuração do quadro de professores se alterou um pouco atualmente, mas as ideias ali tratadas são bastante representativas do nosso grupo. Acesse aqui para ler a entrevista. Trazemos ainda, o Programa e o Regimento do curso Psicanálise com Crianças.

O setor Extensão agrupa os demais cursos do Departamento - aqueles mais introdutórios e com duração de aproximadamente seis meses, chamados de cursos de Expansão (atualmente, Leituras Psicanalíticas do Brincar, Clínica Psicanalítica com Crianças: A Configuração de Um Campo, O Falar da Criança - Um Diálogo Interdisciplinar entre Fonoaudiologia e Psicanálise); e aqueles que se debruçam sobre um tema mais específico, que se estendem por um ano, com um segundo opcional, nomeados de Aperfeiçoamento (atualmente, Relação Pais-Bebê: da Observação à Intervenção).

Todos esses cursos aconteceram regularmente nos dois últimos anos, mas de maneira remota, por conta da pandemia. Ressaltamos aqui, a vigorosa iniciativa do curso Relação Pais-Bebê, com a realização de mais de 20 lives no seu perfil do Instagram @relacao_paisbebe_sedes.
Clique aqui para acessar os temas e para assistir às lives.

Reunir os colegas psicanalistas em torno dos temas estudados, falar em nome próprio, ouvir, trocar, discutir, discordar, compor, esses movimentos em torno do fazer analítico cotidiano são essenciais na construção coletiva do saber. Contamos com a valiosa ajuda do Setor Eventos, composto por membros do Departamento, para conceber, organizar e promover nossos eventos, internos ou externos. Os Encontros Clínicos, as Jornadas de Casos Clínicos, as Jornadas Internas, o Cinema e Psicanálise, e os Colóquios de Psicanálise com Crianças acontecem regularmente em nosso Departamento - exceção feita aos últimos dois anos, por conta das alterações impostas pela pandemia, quando o setor organizou o Ciclo de Encontros: A Psicanálise com Crianças em Tempos de Covid-19, todos online. Acesse aqui os temas e os psicanalistas convidados.

Dentre todos os eventos promovidos regularmente, os colóquios ganham destaque, principalmente pelo seu tamanho: são dois dias de encontros, nos quais abrigamos mais de 50 trabalhos, distribuídos por mais de 20 mesas, que contam com a participação de colegas do Sedes, de outras instituições, bem como de outras cidades. Escavando em nossos arquivos boletinescos, localizamos dois documentos interessantes acerca desse evento: as palavras da professora Lila, então coordenadora do setor, às vésperas do primeiro Colóquio (edição 15, 2009, ainda em papel); e uma conversa realizada com toda a equipe, e alguns ex-integrantes do setor, às vésperas do segundo Colóquio (edição 20, 2012, ainda em papel), que traz também muitos aspectos históricos.

Tivemos que cancelar a sexta edição, intitulada "Limite e Transformações na Clínica com Crianças", que aconteceria em setembro de 2020, devido ao confinamento. No entanto, separamos aqui os sites criados especialmente para cada um dos colóquios anteriores, nos quais é possível encontrar não somente as programações, mas principalmente o resumo de todos os trabalhos apresentados, e também o texto de muitos trabalhos na íntegra.

É sempre muito gratificante receber as contribuições dos alunos dos cursos do Departamento aqui no Boletim. Desta vez, reservamos um espaço nesta apresentação para um momento importante do curso de formação, que é a feitura da monografia.

Para tanto, trouxemos os textos de ex-alunas, hoje membros do Departamento, que recém-finalizaram o curso Psicanálise com Crianças. Produção que encerra o curso, a monografia é a oportunidade de maior vulto dos anos da formação, tendo o aluno a possibilidade de falar em nome próprio, compondo o estudo teórico com suas práticas clínicas, fazendo "trabalhar" a psicanálise. Sob a orientação de um professor do curso, o aluno dispõe do prazo de um ano para entregá-la ao professor parecerista.

Assim, é com muito entusiasmo que publicamos* três textos frutos das monografias das alunas:

Marina Massari, que finalizou o curso em 2020, e que recorre à teoria winnicottiana para falar da sua experiência clínica com uma criança que foi adotada por dois pais;

Josseline Capua, que finalizou o curso em 2018, e articula os ensinamentos de Lacan com as questões suscitadas pelo atendimento de uma garotinha, às voltas com as diferenças entre o feminino e o masculino, no momento da separação dos pais;

Julia Hatakeyama Joia, que finalizou o curso em 2019, e traz referenciais psicanalíticos para aprofundar suas reflexões sobre a escuta das rupturas e do desamparo das infâncias imigrantes em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil.

O setor que é responsável pela elaboração deste boletim, cuida também de outras formas de comunicação do Departamento com seus alunos, membros, e com a comunidade de maneira mais ampla: as mídias sociais (Instagram e Facebook), nosso site, a divulgação dos cursos e eventos promovidos pelo setor Eventos ou por outro espaço interno, e quaisquer necessárias comunicações via email. O setor Comunicação é composto por membros do Departamento e seu veículo mais longevo é o Boletim, que teve sua primeira edição lançada em agosto de 2003. Foi somente dez anos depois que o site foi ao ar, Facebook alguns anos mais tarde, e, em 2019, o perfil no Instagram. Entre papel e tela (o Boletim virou Eletrônico em 2014), lá se vão quase 20 anos!

Escavamos o texto escrito pela primeira editora e idealizadora do Boletim, Denise Feliciano, publicado na derradeira edição em papel, no qual ela revisita o início de tudo, bem como as transformações pelas quais o veículo foi passando, ao longo dos anos. Inserimos nesse espaço também nossas produções escritas, que estão alocadas no setor Publicação, sem coordenação no momento. Uma maneira mais formal de nos comunicarmos com nossos colegas psicanalistas, nossos livros e as duas edições da Revista Criança dão a ver as diferentes formas de articulação do pensamento psicanalítico realizado nas últimas décadas no Departamento. Acesse-as aqui.

NOSSAS ORIGENS

Mas, e partimos de onde?

Nos primórdios, havia o curso Psicodinâmica Infantil. A Psicanálise era somente mais uma de suas facetas - a neurologia, a psiquiatria e a ludoterapia ocupavam lugares importantes no programa de estudos. Como bons herdeiros freudianos, escutamos o passado com ouvidos sagazes e afiados, fazendo atenção aos nossos romances familiares, preocupando-nos (nem sempre) com as possíveis atualizações das marcas e dos marcos que nos compuseram ao longo de décadas. Trazemos então, uma linha do tempo arrumada em parágrafos, a partir das palavras de Mary Ono, professora e supervisora do curso Psicanálise com Crianças. Este texto foi escrito à época da construção do nosso site (por volta de 2013), e o integra desde então. Lá se vão quase dez anos! E como temos nos falado nesta última década?

Entendemos que o fazer psicanalítico compreende não somente a transmissão via cursos, mas também a produção do estudo e da pesquisa entre os pares. Dessa forma, contamos com o Setor Clínica e Pesquisa para cuidar dos grupos de trabalho do Departamento, proporcionando um espaço de discussão, de pesquisa, e de problematização, enlaçando o estudo teórico e a troca sobre a clínica de psicanálise com crianças. A aposta é de que, nesse contexto, pode-se avançar na produção de conhecimento, costurando novos caminhos de reflexão e compartilhando-os com a comunidade.

Fazem parte atualmente do setor, três grupos de trabalho: Sustentar, Perspectiva Relacional em Psicanálise e Gemelar. Cada um deles foi formado a seu tempo e a seu modo, a partir do interesse de alunos e membros que queriam se aprofundar em um determinado tema e, assim, traçar um percurso de investigação, dialogando com a clínica. Cada grupo é singular, tem suas especificidades e liberdade para se inventar e definir seus caminhos. Essa mesma singularidade foi mantida nos textos de apresentação neste Boletim: cada um se apresentou do seu modo, priorizando as informações que julgou pertinentes. Lembramos que os grupos estão abertos à entrada de novos integrantes, bem como o setor, que se põe à disposição dos alunos, ex-alunos e membros do Departamento para acolher as propostas de trabalho e pesquisa sobre a criança e seus entornos.

PARA TORNAR-SE MEMBRO DO DEPARTAMENTO

Os membros do Departamento são vitais para a construção do nosso projeto coletivo. Somente com o engajamento de cada um é possível inventarmos e fomentarmos os diversos espaços da nossa pequena comunidade, de modo a mantê-la viva e atuante, refletindo os interesses e as necessidades daqueles que a compõem. Podem ser membros do Departamento: alunos e ex-alunos do curso de especialização, professores dos cursos do Departamento, psicanalistas que trabalham com crianças (devem ser indicados por dois membros efetivos do Departamento e terão seus currículos analisados. Os detalhes desse processo se encontram no Regimento Interno do Departamento, anexado nesta edição). Os alunos e ex-alunos necessitam apenas preencher o pedido de filiação, que se encontra disponível na secretaria do Instituto (alunos@sedes.org.br), e enviá-lo à Coordenação Geral do Departamento, através do email: psicanalisedacrianca.sedes@gmail.com
São duas as categorias de membros:
Membro associado: alunos do curso de especialização (enquanto estão cursando); todos os demais que tenham recebido o aceite para tornarem-se membros, e que não estejam engajados em nenhuma atividade no Departamento, ou que a exerça por menos de dois anos.
Membro efetivo: todos aqueles filiados há mais de dois anos contínuos e que exerçam trabalho comprovado no Departamento há mais de dois anos consecutivos. Direitos dos membros: Possibilidade de inserção nos setores; possibilidade de envio de trabalhos e notas para o Boletim; apresentar trabalhos na Jornada Interna do Departamento; desconto para as atividades promovidas pelo Departamento; somente os membros efetivos podem candidatar-se aos cargos de coordenação e ter direito a voto. Deveres dos membros: Todos os membros devem contribuir com a anuidade, exceto os alunos que são membros associados, durante o período em que estão cursando o Psicanálise com Crianças.

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