PUBLICAÇÕES

 
    JORNAL DIGITAL DOS MEMBROS, ALUNOS E EX-ALUNOS
    55 Setembro 2020  
 
 
  editorial 
 

O Boletim guarda a história do Departamento contada em prosa e tempo, disse-nos recente uma querida leitora. Uma prática contínua da palavra escrita, viva e pulsante, que lança e relança a figura da comunidade composta por membros, alunos, ex-alunos e amigos... Eis nossa receita. E assim quis, desde 2007, nosso Departamento, ao abraçar um jornal de retratos do nosso cotidiano, oferecido à gratuidade das trocas entre todos nós. Pois já se antevia o quanto expandiríamos nossas presenças no mundo.

Posicionados hoje nesse futuro, apreciamos as malhas compostas por fios de palavras, tão urgentes e necessários quanto refletidos, secundarizados e eticamente sustentáveis – ao passarem pelo pensamento de outros colegas e grupos de trabalho mas também pelo olhar desses leitores tão particulares em que nos convertemos ao editar: acompanhar, pontuar, assinalar o que quer se dizer. Escrita compartilhada.

No fio da navalha, a crucial questão do endereçamento. Desejosos sim da liberdade de abrir nossa trama a quantos leitores e autores coubessem, escolhemos não a precipitar pelo espaço indistinto da web, sob o risco de coartá-la. Então abrimos, o mais possível, uma parte do que se publica integralmente na newsletter, parte consentida com o autor – em nosso site, em nossa página do Facebook...

Mas é aqui, no conjunto da obra de cada edição, que a eloquência divergente desses fios compõe os rios de discurso nos quais insistimos. Assim, desta vez, resultou-nos redigir uma espécie de manifesto. Um manifesto do tempo, dissemos. Esse tempo ao qual abrimos nossas janelas, a fim de reatar os fios das meadas que tecíamos quando fomos interrompidos pela pandemônia. Pois, no dizer cabralino, um rio precisa de muito fio de água para refazer o fio antigo que o fez.

Através dessa prosa, que reafirma as origens de nosso trabalho comum, co-memoramos por fim os muitos anos da presença, em nossa equipe, de nossa colega Elaine Armenio, que dela se despede 44 edições depois; o dossiê que reúne os links para as matérias em torno das configurações do racismo, publicadas desde 2012; o renovado valor de artigos, tanto históricos quanto atualíssimos, em torno das relações entre psicanálise e política; a escolha de Você já viu esse filme, artigo de Déborah de Paula Souza para o Boletim 53, representando nosso Departamento no volume IX da revista Intercambio psicoanalitico da FLAPPSIP; as viscerais reportagens e crônicas das lutas do presente. Pois, dos lutos, nosso Departamento fala em primeira pessoa, numa oração ao tempo em memória de nossa querida Sandra Navarro.

Com cem abraços da

Equipe editorial

Camila Flaborea, Carmen Alvarez, Cristina Barczinski, Daniela Athuil
Mario Pablo Fuks, Sílvia Nogueira de Carvalho e Tide Setúbal.

 
    ESCRITOS
   
 
 

José do Paraná.


Uma janela ao tempo. Por Sílvia Nogueira de Carvalho.

 
    ARTE
 
 

De ré, na contramão da indiferença.


Inquietações, indignações e muita ousadia como matéria-prima da construção coletiva de alguma elaboração possível da morte. Por Cristina Barczinski.

   
 
 
    MAL-ESTAR NA CIDADE
   
 
 

Direito à cidade e cotidiano: a população em situação de rua em tempos de pandemia.


Fernanda Almeida divulga a série de entrevistas que reflete sobre o enfrentamento da crise sanitária e social nas ruas. Veja o vídeo

Dossiê Antirracismo.


Levantamento da equipe editorial reúne matérias e escritos psicanalíticos publicados no Boletim Online desde 2012.

 
    PSICANÁLISE E POLÍTICA
 
 

Os que não foram heróis: sobre a submissão dos judeus ao terror nazista.


Renato Mezan examina submissão, terror e ilusão diante da natureza inédita do genocídio que desafiou a imaginação humana, a fim de pensar a suspensão da negação e da alienação que torna possíveis as rebeliões num mundo virado pelo avesso.

 

Trauma e contemporaneidade.


Um escrito de Lucía Fuks reflete sobre manejos clínicos de emergências psicológicas, considerando possibilidades de atenção precoce para que as situações traumáticas não se configurem necessariamente em neuroses traumáticas.

   
 
 
    CRÔNICAS DA QUARENTENA
   
 
 

Saudade até que é bom.


Um percorrido saudoso pela memória dos encontros e presenças dos corpos nos caminhos da vida cotidiana. Por Ludmila Frateschi.

Sonhos de um paciente entubado.


A possibilidade de um trabalho psíquico orientado pela pulsão de vida, dentro de uma unidade de tratamento intensivo. Por Silvia Gonçalves.

Crônica da quarentena: um balanço do semestre.


Marcas e ritmo que a passagem desses novos tempos imprime num cotidiano, ora vivido com estranhamento, ora como fresta para ressignificar experiências e descobrir outros modos de seguir a vida. Por Tide Setúbal.

A máquina do mundo.


Quando a suspensão repentina do cotidiano lança a todos num outro tempo-espaço e nos convoca a pensar sobre os riscos de normalização da contratransferência na relação analítica. Um escrito de Maurício Porto em linda referência e homenagem a Carlos Drummond de Andrade e a Stella Maris Chebli.

 
    NOTÍCIAS DO DEPARTAMENTO
 
 

A liveda Sílvia e do Julián e o poema da noite.


Das máscaras, janelas e cascas aos inventários de falências e refúgios da beleza, um relato espetacular do que aconteceu naquela noite. O escrito de Déborah Paula Souza cria, recria, interroga e culmina num poema entre a mulher e o escriba, desses que arranca alegria ao futuro.

 

Sustentar uma clínica psicanalítica on line?


Sobre o lugar a palavra do analista mesmo em condições tão adversas como as atuais, Lia Pitliuk nos trouxe importantes reflexões nesse primeiro evento virtual do nosso Departamento. Por Cristina Barczinski.

 

Percurso 61: um debate fora de série.


O Boletim repercute a atualidade on line da revista do Departamento de Psicanálise em convite, links e na saborosa crônica de Ilana Berenstein e Maria Cecília Moraes.

 

Pandemia fora da bolha, os já confinados.


Daniela Athuil relata o desafio e o papel político da sustentação do vínculo no atendimento on line a pacientes de uma comunidade de baixa renda.

   
 
 
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    NOTÍCIAS DO SEDES
   
 
 

Escuta e o prêmio Carrano. [LEIA +]

Narrativa de Fernando Amaral e discurso de Luciana Mannrich registram o recebimento do 12o prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos pelo coletivo Escuta Sedes. Leia na íntegra.

Luto coletivo e pandemia 2: ressonâncias de um encontro teórico-clínico.


Sobre as transformações dos rituais de cuidado e despedida, relatadas em forma de memórias e associações de Camila Flaborea. Uma narrativa sobre a laive de Carla Penna para o Departamento de Psicossomática do Sedes.

 
    LEITURA
 
 

Antígona revisitada.


Testemunho de uma leitura cuidadosa e apaixonada da atualidade da obra de Vorsatz. Por Rafael Pinto Morais

   
 
 
    CINEMA
   
 
 

Manchester à beira-mar: considerações sobre o luto.


Necessário trabalho do luto e seus rituais retratados de forma bela e cuidadosa, numa conversa com o texto freudiano. Por Ana Lúcia Panachão.

 
 

 

 


Equipe Editorial:
Camila Flaborea, Carmen Alvarez, Cristina Barczinski, Daniela Athuil, Elaine Armênio, Mario Fuks, Sílvia Nogueira de Carvalho e Tide Setúbal, com a colaboração de Déborah de Paula Souza e Rubia Delorenzo.

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